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Teori(a) da Conspiração: abate criminoso ou mais um acidente?


Teori(a) da Conspiração: abate criminoso
ou mais um acidente?

 


Eugênio Moretzsohn
Consultor de Segurança e Compliance

http://palestrasmoretzsohn.blogspot.com.br/p/sobre.html

Basta alguma personalidade desaparecer para que a fértil imaginação dos conspiradores de plantão comece a estruturar uma versão hollywoodiana para explicar a tragédia à luz de seus próprios interesses.

A partida imerecida, prematura e indesejada pela parte boa da população brasileira (felizmente ainda a maior parte) de Teori Albino Zavascki, justamente às vésperas de suas importantes deliberações sobre a delação premiada de 77 envolvidos em corrupção, caberia perfeitamente no cinema, naquelas películas onde organizações clandestinas e invisíveis como a Kaos desafiavam mocinhos, desde o 007 de Sean Connery ao 86 de Maxwell Smart.

Não deixa de ser curioso conhecer as versões especulativas e transitar pelo realismo fantástico de suas criações.

Vejamos 6 conspirações nacionais e 1 internacional:

1)   JK teria sido assassinado na Via Dutra.


 

Juscelino Kubitschek, tendo ao fundo a sua principal obra, a capital Brasília.

 
Relembrando: o médico e ex-oficial da PMMG Juscelino Kubitschek de Oliveira foi prefeito de BH, governador de Minas Gerais e Presidente da República (1956-1961). Após a Revolução de 1964, sobre a qual declarou publicamente seu apoio, passou para a oposição na coligação Frente Ampla, quando teve seus direitos políticos cassados pelo AI-5.

Manteve-se afastado do cenário político nacional até falecer, aos 73 anos, num acidente rodoviário na Via Dutra, em Resende/MG, no dia 22 de agosto de 1976, durante viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro em seu Opala, guiado por Geraldo Ribeiro, seu motorista particular por 30 anos; na altura do quilômetro 165 (atual Km 328), Geraldo ultrapassou um ônibus da Viação Cometa e, numa manobra desastrada, chocou o sedan contra a lateral do coletivo, tendo sido jogado para a pista contrária, cruzado o canteiro e colidido contra uma Scania que vinha em sentido contrário. Ambos os ocupantes do Opala, infelizmente, faleceram no local.

A versão conspiratória: até então, mais um trágico acidente rodoviário como milhares que ocorrem nas rodovias brasileiras, não fossem coincidências que, alinhadas, perfilaram-se para os conspiradores: na exumação dos corpos efetuada posteriormente para esclarecer circunstâncias sobre o acidente, o crânio do motorista apresentava um furo provocado por objeto perfuro-contuso, além de resquícios de certo tipo de metal; versões circularam que poderia ter sido causado por um tiro com um projétil especialmente desenvolvido para fragmentar-se e impossibilitar a balística, habilmente disparado por um assassino que teria matado Geraldo e provocado o acidente de desfecho conhecido.

O atirador teria esperado o momento certo e disparado exatamente de maneira a provocar o abalroamento posterior do Opala contra a carreta. Serviço de mestre, de uma sofisticação impensável para o Brasil de então e talvez ainda de hoje.


 

Os destroços do automóvel Opala.

 

Fato que deu sustentação à fantasiosa versão foi a carta que o Chefe da Polícia Secreta de Pinochet, Manuel Contreras, enviou ao General João Figueiredo, então Chefe do SNI, em 1975. Na missiva, Contreras se mostrava preocupado com a possível vitória de Jimmy Carter nas eleições americanas, o que beneficiaria dois de seus inimigos: JK e Orlando Letelier, ex-chanceler do governo socialista de Salvador Allende e opositor de Pinochet.

Um ano depois, JK e Letelier morreriam – o último num atentado a bomba em Washington – com um intervalo de apenas um mês. Havia suspeitas de que todas essas mortes fariam parte da Operação Condor, espécie de força tarefa unindo os serviços de informação dos países governados por ditadores do Cone Sul, apoiada pelos EUA e que se propunha a varrer lideranças comunistas seguindo métodos pouco ortodoxos, claramente inspirados na vingança do Mossad israelense contra os nazistas escondidos pelo mundo.

O que também inspirou essa versão pode ter sido outra Teoria da Conspiração sobre a morte do ditador Rafael Leónidas Trujillo Molina, ditador da República Dominicana, numa emboscada em 1961.

Comentou-se, à sorrelfa, que um mercenário estrangeiro disparou único tiro de fuzil contra o carro blindado em movimento na estrada entre Santo Domingo – San Cristóbal, atingindo o maxilar do motorista; o carro, desgovernado, saiu da estrada e parou num barranco, onde foi, então, cercado por dissidentes conjurados que dispararam seguidamente até destroçar parte da blindagem. Trujillo, ferido, saiu com uma pistola na mão e foi implacavelmente abatido.

O atirador teria conseguido uma proeza: as partes do Cadillac 54 que não era blindadas eram os 2 quebra-ventos, para que o condutor pudesse ajustar o retrovisor externo (àquela época somente do lado do motorista) e a ventilação natural para resfriar o interior do veículo. Foi pelo quebra-vento esquerdo que o projétil do fuzil teria penetrado e destroçado o queixo do motorista, que, incrivelmente, sobreviveu. Um tiro notável.

Esse, sim, teria sido um serviço de primeira, se tivesse ocorrido dessa forma.

2)   Jango teria sido envenenado na Argentina.

 

A chegada do corpo de João Goulart, a Brasília, para ser exumado. Os resultados não foram dados a publico pela absoluta falta de quaisquer indícios de assassinato.


Relembrando: João Belchior Marques Goulartfoi vice-presidente do Brasil em duas oportunidades: entre 1956 e 1961, com JK, e em 1961, com Jânio Quadros. Com a renúncia deste, assumiu a presidência; destituído pelo Movimento de 64, exilou-se no Uruguai. Faleceu, oficialmente de ataque cardíaco, em 06 Dez 76, em Mercedes/RA.

A versão conspiratória: Jango teria sido envenenado durante a Operação Condor e a versão ganhou força com a declaração pouco crível a favor dela de um cidadão de nome Mario Barreiro Neira, o qual se dizia “ex-agente uruguaio”, e que, na verdade, cumpria pena no Brasil por crimes comuns e ansiava criar um fato político como estratégia de se dizer perseguido político. Para sustentar a frágil alegação, o atestado de óbito exarado na Argentina registrou como causa da morte apenas "enfermedad" (doença), sem especificar qual, pois, não teria havido a autopsia necessária para confirmar ou não o infarto do miocárdio.

Por essas razões e por outras alimentadas pelo revanchismo da esquerda, houve a exumação dos restos de Jango e peritos forenses trabalharam em milhares de amostras, segundo metodologia moderna e apoiada por tecnologia de ponta que conseguiu identificar até resíduos do shampoo usado pelo presidente, mas, nada de venenos para o desapontamento dos conspiradores.
Como não foi possível encontrar evidências científicas, o tema não foi oficialmente encerrado para não desagradar à esquerda em espreita.

Circulou por áreas sombrias do relacionamento humano, hoje conectadas pela Deep Web, suave rumor que o Láudano, mistura que contém ópio, de aparência e sabor do Vinho do Porto (por isso é conhecido como Vinho de Rousseau), e que, desde os tempos da Alquimia, era usada como veneno, enfraquecendo o coração e predispondo ao infarto, estava novamente frequentando o cenário político, desta feita para queimar arquivos vivos. Há relatos antigos de pessoas mortas com tal preparado, pois, era comum aos homens de negócios e políticos vitorianos com longas cartolas e barbas reunirem-se para fumar charutos e conspirar, ocasião em que o alvo escolhido para morrer era servido com Láudano ao invés de licores (por isso, o antigo conselho: ao conspirar, leve seu próprio gim).

3)   Carlos Lacerda teria sido envenenado no Rio de Janeiro.
 

 
 

Carlos Lacerda, polêmico jornalista e político, carregado por membros da Polícia da Aeronáutica (PA)


Recordando: Carlos Frederico Werneck de Lacerda era um jornalista fluminense, foi vereador, deputado federal e Governador do Estado da Guanabara (1960-1965). Inimigo político de Getúlio Vargas, Carlos Lacerda liderou a oposição à campanha de Getúlio à presidência em 1950 e durante todo o mandato.  

Lacerda foi vítima de atentado a tiros de revólver na porta do prédio onde residia, no número 180 da Rua Tonelero, em 5 de agosto de 1954, quando voltava de uma palestra. No ataque, morreu o Major da Aeronáutica Rubens Vaz. Atingido num dos pés, Lacerda foi para um hospital, de onde acusou os homens do Palácio do Catete, sede do governo federal, como mandantes do crime. As acusações recaíram sobre Alcino João do Nascimento, autor dos disparos, e Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas, acusado de mandante do crime. A grave crise política levou ao suicídio de Vargas em 24 de agosto daquele ano.

Lacerda elegeu-se deputado federal em 1954 e, em 1960, foi o primeiro governador eleito do Estado da Guanabara. Foi um dos líderes do Movimento de 1964, mas, virou de lado em 1966, alistando-se na mesma Frente Ampla de JK. Preso e cassado perdeu os direitos políticos e voltou ao seu jornal, Tribuna da Imprensa. Fundou, ainda, a editora Nova Fronteira.

Em 21 de maio de 1977, deu entrada na Clínica São Vicente, na zona sul do Rio de Janeiro, sofrendo forte gripe associada a um quadro de desidratação. A previsão era de que receberia soro e teria alta no dia seguinte. Por volta da meia-noite, porém, Lacerda começou a passar mal e, duas horas depois, morreria de infarto do miocárdio, aos 63 anos.

A versão conspiratória: levantaram-se suspeitas de que ele fora envenenado por um enfermeiro contratado para matá-lo quando ainda internado – para piorar o quadro, não houve uma investigação isenta. As suspeitas especulativas recaíram, mais uma vez, sobre integrantes radicais da chamada “linha dura” do regime militar.

Lacerda tinha muitos inimigos, pois, além de ser dono de uma língua ferina, era conhecido como um “vira-folha” na política, prática com a qual conseguiu desagradar a gregos e a troianos; mas, daí a supor que o regime da época conspiraria para silenciá-lo, criando um indesejado mártir, não passa de mais um exercício de imaginação reforçado pela relativa proximidade com as mortes de Jango e de JK, ambas em 76.

Contraespiões da vida real reúnem-se em casas seguras para networking, trocar informações e….beber; contrariando o senso comum gerado pelo cinema, não Martini-Vodca, mas, bourbons, como o Four Roses (impossível não lembrar do clássico de espionagem ‘A Irmandade da Rosa’, sobre a origem dessas casas). Ao sabor de tais néctares on the rocks, acompanhados de pistaches, charutos e cigarros Parliament, tendo como música de fundo Henry Morricone, compartilham histórias e lendas sobre as “Operações Código 12”: seria o enfermeiro um assassino infiltrado que habilmente aproveitou a privacidade do quarto, onde substituía o soro fisiológico, e utilizado uma injeção intravenosa de ar para provocar embolia no debilitado paciente?  
            
In vino veritas.
 
 
4)   Tancredo teria sido envenenado antes da posse.
 

Tancredo Neves e dona Risoleta no Hospital de Base ao lado da equipe médica. Três horas depois desta foto, o presidente teve nova hemorragia. No dia seguinte ele foi transferido para São Paulo

Recordando:Tancredo foi um dos líderes políticos atuantes do país (na verdade – e somente entre nós – um sobrevivente político), tendo sido, inclusive, um dos ocupantes do cargo de Primeiro Ministro na curta existência de nosso Regime Parlamentarista.Tendo Sarney (outro especialista em sobrevivência) como vice, foi eleito Presidente pelo Colégio Eleitoral, em 1985, representando a oposição e derrotando Paulo Maluf na sucessão de Figueiredo, o último presidente militar.  

Na véspera de tomar a posse, em 14 de março de 1985, Tancredo sentiu fortes dores abdominais e foi convencido a internar-se no Hospital de Base de Brasília para receber medicação e soro. Lá chegou por volta das 22h15 e, a partir daí, o caos se instalou.

O quadro foi errônea e prematuramente classificado como “cirurgia de emergência” e, assim, os médicos não autorizaram sua remoção para São Paulo – e que também seria exagerada naquele momento. Em meio a um turbilhão de políticos, jornalistas, funcionários e curiosos que apinhavam o hospital, houve desencontros de informação, disputas de vaidade e até grosserias de todo tipo. Não havia ninguém com autoridade suficiente para impedir a entrada das pessoas. Entre médicos e bisbilhoteiros, chegaram a circular, no centro cirúrgico, dezenas de “papagaios de pirata”. Um desastre para os médicos e para o infeliz paciente. Faleceu, por coincidência conspiratória, no mesmo dia de Tiradentes, em São Paulo, após passar pelo Calvário de 7 cirurgias.

A versão conspiratória: Tancredo teria sido mais um político envenenado pela linha dura do regime que findava. Na época, especulou-se que os conspiradores apostaram que o escolhido para o cargo de Ministro do Exército, General Leônidas Pires, daria o golpe, já que, não tendo tomado posse, também Sarney não poderia presidir a Nação que ficaria sob a tutela do Presidente da Câmara, Ulisses Guimarães, até novas eleições.  Detestado pelos militares, Ulisses não assumiria. Os conspiradores – se existiram – perderam, pois, o General Leônidas garantiu Sarney e a transição para a democracia plena.

E quem teria “envenenado” Tancredo? Bom de garfo e pouco afeto a médicos, não era difícil “adoecer” Tancredo, mineiro de São João Del Rei, acostumado com a boa mesa de comidas gordurosas e condimentadas. Os divertículos antigos complicaram justamente às vésperas da posse, e, de resto, a culpa desta teoria conspiratória cairia sobre o enfermeiro (Plano A) ou, claro, sobre o mordomo (B).      Façam suas apostas.
 
5)   O helicóptero de Ulisses teria sido abatido em voo.
 
 

Ulisses Guimarães, político influente, e condutor da
Constituição Federal, de 1988.


Recordando: Ulysses Silveira Guimarães foi um político paulista, deputado federal eleito 11 vezes e presidente do antigo MDB, um dos líderes da campanha pelas Diretas Já e articulador da vitória de Tancredo Neves na eleição indireta de 1984. 

Em 1988, presidiu a Assembleia Nacional Constituinte juntamente com a Câmara dos Deputados e anunciou a promulgação da chamada "Constituição Cidadã". Candidatou-se a Presidente da República em 1989 e obteve somente 4% dos votos válidos no primeiro turno, um percentual inexpressivo para um político com sua biografia. Voltou ao cenário quando do processo de impeachment de Collor e a posse do Itamar Franco.

Ulysses Guimarães desapareceu em 12 de Outubro de 1992, num acidente aéreo no litoral de Angra dos Reis, quando o helicóptero no qual viajava caiu no mar em meio ao mau tempo, matando todos a bordo, inclusive sua esposa. Seu corpo não foi encontrado, mas, sua morte foi oficialmente reconhecida.

A versão conspiratória: claro que começou de imediato a circular a hipótese de sabotagem no helicóptero por “vingadores do regime militar”; mas, esta tese me causou muita surpresa: um míssil constituído de sal especialmente endurecido teria sido disparado contra o helicóptero. Sal? Por que sal? Para não deixar resíduos na fuselagem, pois, o sal, logicamente, diluir-se-ia na água do mar. Mas – pergunta que não quer calar – seria possível construir um artefato assim?

Tecnicamente, sim, pois, um míssil nada mais é que um dardo impulsionado a grande velocidade; esse dardo precisaria, necessariamente, ser duro o suficiente para suportar a força G, ter formato aerodinâmico para permitir deslocar-se pelo ar sem muito arrasto, e passível de ser manipulado com segurança em meio a explosivos e propelentes, o que dá ao sal, desde que endurecido, essas possibilidades.

Não me perguntem como endurecer o sal, mas, é sabido e notório que pedras de sal extraídas de minas subterrâneas são duras e podem ser esculpidas artesanalmente no formato desejado, até de uma flecha.  Assim, teoricamente, se conseguir disparar um pedaço de sal de 10 quilos a mais de 2 vezes a velocidade do som, um atirador hábil poderia abater qualquer coisa que voasse dentro do alcance dessa exótica arma. Já pensaram?

Ano passado, antes, portanto, do acidente com o Ministro Teori, o nome de Ulysses voltou a ser lembrado, pois, teria completado 100 anos de vida em 6 de outubro de 2016. Em comum, os 2 acidentes têm apenas o mesmo mar de Paraty-Angra dos Reis, o mau tempo e a “Síndrome de Coronel”, estado de confiança em pilotos experientes que acham que podem fazer pouco caso da ira dos elementos.
  
6)  O jatinho de Eduardo Campos sofreu sabotagem.
 
 

Eduardo Campos e o acidente na cidade de Santos.


Recordando: o economista Eduardo Henrique Accioly Campos começou na vida política aos 21 anos; foi deputado federal, ministro da ciência e tecnologia no governo Lula e governador de Pernambuco por dois mandatos; era presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato à Presidência da República nas eleições presidenciais de 2014, tendo, como vice, Marina.

Na manhã de 13 de agosto de 2014, o jato particular a bordo do qual estavam Campos e mais 6 pessoas caiu num bairro residencial da cidade de Santos/SP, quando o comandante tentava aterrissar durante mau tempo, após ter arremetido anteriormente. As condições meteorológicas adversas, a desorientação espacial e a chama “indisciplina de voo” foram as causas divulgadas do acidente. Infelizmente, todos os que estavam no avião faleceram.

A versão conspiratória: o jornalista investigativo norte-americano Wayne Madsen afirmou que a CIA seria responsável pela morte do candidato Eduardo Campos, por motivações políticas.

Segundo Madsen, “a morte de Campos colocou Marina Silva, sua substituta na chapa, como ameaça à reeleição de Dilma Rousseff. Marina Silva, que é pró-Israel, é muito mais a favor dos empresários e dos Estados Unidos do que Rousseff, do esquerdista Partido dos Trabalhadores”.  "Quando se torna vantajoso matar um membro do 'Terceiro Caminho' para promover outro, não há problema em eliminar alguém como Eduardo Campos para abrir espaço para uma política mais controlável como Marina Silva, especialmente se os interesses de Israel e de Wall Street estiverem em questão", afirmou Madsen.

Para reforçar a Teoria da Conspiração, bastou a PF deflagrar a Operação Turbulência, em Jun 2014, para investigar aparente esquema de corrupção e lavagem de dinheiro do qual o jatinho que matou Campos faria parte, para o suposto testa de ferro da empresa que forneceu o dinheiro para a compra da aeronave ter sido encontrado morto no dia 22 Jun (o empresário pernambucano Paulo Cesar de Barros Morato); ou seja, se foi queima de arquivo os conspiradores de plantão adoraram.

Um militar da reserva também afiançou que a morte de Campos não foi acidental e que há indícios da explosão de uma bomba; o pior é que testemunhas juraram terem avistado “uma bola de fogo no céu”.

Os conspiradores imaginam que estava tudo tramado, até mesmo a coincidência de datas, pois, o avô de Campos, Miguel Arraes, também falecera num dia 13 de agosto (2005); pensaram na hipótese de uma bomba ter sido plantada na aeronave ainda no hangar e ter sido acionada por chamada de celular quando o piloto tentava aterrissar, bem ao estilo das equipes kidon do Mossad.

7)   Diana, a Princesa de Gales, teria sido morta pelo Mi 6.
 
 

 

Diana, Princesa de Gales, com os destroços do mercedes qua a conduzia.


Recordando: em 29 de julho de 1981, o Reino Unido celebrava o casamento do príncipe Charles com a jovem Diana Spencer, o "casamento do século".  Apesar da infelicidade mútua do casal ser percebida pelos mais observadores desde os primeiros anos, Charles e Diana tiveram 2 filhos.

Era sabido que a Princesa de Gales levava uma vida conturbada no Palácio de Buckingham, por causa da inexplicável infidelidade de Charles com outra mulher que era o amor de sua vida, e que acabou recebendo o sugestivo título de Duquesa da Cornuália (a justiça tarda, mas não falha), e das dificuldades na relação com a sogra, simplesmente a Rainha da Inglaterra.

Diana passou a apresentar sintomas de bulimia e de depressão. Divorciaram-se em 1996, após muita roupa suja lavada fora da lavanderia real, inclusive com revelação pública de infidelidade por parte dela, envolvida com um major instrutor de equitação que deve ter sido mandado para as Falklands.

Divorciada, Diana começou uma carreira solo de sucesso internacional em causas humanitárias, como a restrição de fabricação e uso de minas terrestres em conflitos armados, e, beldade que era, começou a namorar um milionário egípcio.  Em 31 de agosto de 1997, Diana, com 36 anos, e o namorado Dodi Al-Fayed, 42, jantaram no Ritz Hotel em Paris, e tentaram despistar os paparazzi saindo pelos fundos. Não funcionou.

Os fotógrafos embarcaram em motocicletas e saíram atrás do casal, que “voava baixo” num Mercedes-Benz S-280 conduzido pelo motorista Henri Paul, e protegidos pelo ex-fuzileiro real Travor Rees-Jones. Em alta velocidade, o Mercedes espatifou-se num túnel e matou 3 dos 4 ocupantes. Somente o segurança estava de cinto e sobreviveu. O motorista estava bêbado e foi o único culpado pela morte prematura da Princesa de Gales (tinha de ser um francês?).

A reação comovida da população do Reino Unido pegou de surpresa até o MI 6: ninguém nos corredores do poder imaginava a comoção nacional que a morte da Lady Di promoveu, a tal ponto que a ex-sogra teve de ir a TV mastigar qualquer desculpa em ter demorado a apresentar as condolescências reais. Em se tratando da Rainha da Inglaterra, convenhamos, não é pouca coisa.

A versão conspiratória: suspeita-se que o acidente no túnel da Pont D’Alma foi planejado pelo Serviço Secreto de Sua Majestade para eliminar a ex-mulher do príncipe Charles para impedir que ela casasse com um muçulmano. A hipótese medonha ganhou força quando especulou que os filhos príncipes William e Harry poderiam se converter ao islamismo por influência do egípcio. Para chocar ainda mais a monarquia, Diana estaria grávida do infiel.

E, para piorar, levantamento feito em maio de 2005 com leitores do tabloide inglês Daily Express, 94% dos entrevistados acreditavam que a princesa e o milionário foram assassinados. Uma evidência seria o atraso nas investigações de um processo da Scotland Yard em janeiro de 2004 – os resultados estavam prometidos para dezembro daquele mesmo ano. Os leitores acreditavam que os investigadores tentavam eliminar as provas da conspiração, quem sabe uma armadilha mecânica no carro semelhante à maldita barra de direção da Williams de Senna.

Paul Burrell, ex-mordomo da princesa por mais de uma década, publicou em 2003 o polêmico livro Uma Questão de Honra (Ediouro, 2003), usando cartas escritas por Diana. O ex-funcionário da família real, aliás, foi a primeira pessoa a sugerir que a patroa temia ser assassinada em um acidente de carro encomendado pelo ex-marido.

Não falei? Se não for o mordomo, é o enfermeiro!
 
Conclusão: as teorias conspiratórias existem desde épocas ancestrais e são frutos da frustração, do pessimismo coletivo e da imaginação das pessoas. Servem como parâmetros para a psicologia social perceber como parte da sociedade se posiciona diante de eventos trágicos; também, sempre que investigadores estudam as hipóteses que podem levar à elucidação de um crime, criam uma versão estapafúrdia no pior cenário possível para balizar as ações da vida real, enquanto fazem o melhor possível com o que de concreto lhes chega às mãos.

Assim, agradecendo sua paciente leitura, deixo aos caros leitores uma mensagem otimista sobre 2017, a começar de fato somente após o carnaval, e que seja pleno em realizações. Deus dê conforto às famílias das pessoas aqui citadas que nos deixaram – algumas podem até ter merecido; outras partiram cedo demais.
 

 
 
Fontes consultadas

1)   Morte de JK:
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/04/22/comissao-nacional-da-verdade-conclui-que-jk-nao-foi-morto-pela-ditadura.htm

http://memoriaglobo.globo.com/programas/jornalismo/coberturas/morte-jk/morte-jk-acidente-de-carro.htm

http://noitesinistra.blogspot.com.br/2014/06/a-misteriosa-morte-de-juscelino.html

http://historiaupf.blogspot.com.br/2011/05/30-de-maio-de-1961-o-assassinato-do.html

http://www.resumosetrabalhos.com.br/rafael-leonidas-trujillo_8.html

2)   Morte de Jango:

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141201_jango_exame_pai_ms

http://www.brasil.gov.br/governo/2014/12/laudo-e-inconclusivo-sobre-a-morte-de-joao-goulart


https://nplantas.com/papoula-ou-paloila-o-laudano/


https://elglobodegambetta.wordpress.com/2012/12/17/el-laudano-la-sustancia-cura-todo-de-paracelso/


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942005000100015

3)   Atentado a Carlos Lacerda:
 
http://istoe.com.br/37854_MATARAM+LACERDA+/
 
https://www.ebiografia.com/carlos_lacerda/
 
http://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/atentado-na-rua-tonelero.htm
 
http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/sessenta-anos-depois-atentado-da-rua-tonelero-ainda-gera-especulacoes-13466468
 
4)   Morte de Tancredo:

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-04/morte-de-tancredo-neves-completa-hoje-30-anos
 
http://averdadenomundo.blogspot.com.br/2011/06/morte-de-tancredo-neves.html
 
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2015/04/19/interna_politica,639129/caso-tancredo-uma-nova-investigacao-a-caminho.shtml
 
5)   Morte de Ulysses:

http://www2.camara.leg.br/deputados/pesquisa/layouts_deputados_biografia?pk=106985&tipo=0
 
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/brasil-chorou-morte-de-ulysses-guimaraes-em-acidente-aereo-em-1992-13587331

https://educacao.uol.com.br/biografias/ulysses-guimaraes.htm
 
 
6)   Morte de Eduardo Campos:
 
http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/01/cenipa-divulga-relatorio-final-sobre-acidente-que-matou-eduardo-campos.html
 
http://br.blastingnews.com/politica/2016/08/verdades-sobre-a-morte-de-eduardo-campos-sao-reveladas-e-brasil-fica-em-choque-001050185.html
 
http://noticias.r7.com/eleicoes-2014/morte-de-eduardo-campos
 
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/23/politica/1466710969_272145.html

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/08/eduardo-campos-morre-apos-queda-do-aviao-em-que-viajava.html
 
http://www.portalimprensa.com.br/noticias/internacional/68073/jornalista+norte+americano+diz+que+cia+provocou+morte+de+eduardo+campos
 
http://www.semprequestione.com/2015/10/coronel-do-exercito-faz-revelacao.html
 
 
8)   Morte da Princesa de Gales:

http://super.abril.com.br/historia/princesa-diana-e-morreram-felizes-para-sempre/
 
http://www.megacurioso.com.br/teorias-da-conspiracao/37397-veja-as-teorias-da-conspiracao-que-ainda-circulam-sobre-a-morte-da-lady-di.htm
 
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL93187-5602,00-SEMPRE+TE+AMAREI+DISSE+DIANA+AO+PRINCIPE+CHARLES+AO+ASSINAR+DIVORCIO.html
 

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