O presidente da China, Xi Jinping, buscará promover "uma globalização inclusiva" em seu discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, neste mês, afirmou nesta quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores chinês.
"A globalização econômica está enfrentando resistência", disse o vice-ministro de Relações Exteriores, Li Baodong.
Pequim irá responder à preocupação da comunidade internacional sobre a globalização apresentando as opiniões da China sobre como "conduzir a globalização econômica na direção de uma maior inclusão", disse ele.
A expectativa para o fórum deste ano, de 17 a 20 de janeiro, é de que seja dominado por discussões sobre um surto de hostilidade pública em relação à globalização e ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, cujo discurso duro sobre comércio, incluindo promessas de tarifas contra a China e o México, ajudaram-no a vencer a disputa pela Casa Branca. Trump vai assumir em 20 de janeiro.
Li disse que as críticas sobre protecionismo comercial dirigidas à China por Trump e outros é injusta. "O protecionismo comercial levará ao isolamento e não é do interesse de ninguém", disse ele.
"Os canais de comunicação estão abertos" entre a China e a equipe de transição de Trump no fórum, disse Li, mas alertou que marcar uma reunião pode ser difícil.
Após ano de agitações, polarização das sociedades representa riscos maiores em Davos
Sociedades divididas, populismo em ascensão e temores sobre mudanças climáticas no mundo lideram a lista de riscos enfrentados por políticos, presidentes de bancos centrais e líderes empresariais que se reunirão em Davos na semana que vem.
O mundo mudou dramaticamente um ano após o último encontro nos Alpes Suíços, incluindo com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e com a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia, eventos que demonstraram o grande desencanto popular com a globalização.
"O homem de Davos" — aqueles que se reúnem todos os anos no Fórum Econômico Mundial — enfrenta novas ameaças em 2017 também, com eleições na Holanda, França, Alemanha e provavelmente na Itália, todas oferecendo possibilidade de resultados contrários ao establishment atual.
Antes da reunião anual em Davos, o relatório Riscos Globais 2017 do fórum divulgado nesta quarta-feira ressaltou o aumento da renda e a desigualdade de riquezas como a tendência mais provável a determinar o desenvolvimento global na próxima década.
Embora a expectativa seja de que a economia mundial continue crescendo neste ano — auxiliada por cortes de impostos previstos nos EUA, assim como aumento de investimentos em infraestrutura esperados sob o governo de Trump — a ameaça do protecionismo representa um risco de longo prazo.
Outros perigos não desapareceram, com preocupações climáticas subindo para o topo da agenda, considerando que a chegada de Trump à Casa Branca coloca em dúvida o corte de emissões de carbono dos EUA. Eventos climáticos extremos agora são considerados como o maior risco global proeminente.
"Muitos desses riscos foram salientados em relatórios anteriores, mas agora eles subiram de lugar e podem ter maior impacto", disse Cecilia Reyes, chefe de avaliação de risco da Zurich Insurance, uma das autoras do relatório.
A reunião de Davos acontecerá de 17 a 20 de janeiro e reunirá 3.000 participantes, incluindo o presidente Xi Jinping, primeiro chefe de Estado da China a ir ao evento, e a primeira-ministra britânica, Theresa May.