Angra 2 voltou a operar nesta segunda-feira (19), às 6h05, sendo reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Às 15h, a usina já havia atingido 80% da potência. A unidade estava parada desde 14 de novembro para reabastecimento de combustível. Durante o período, também foram realizadas atividades de inspeção e manutenção periódicas, além da implementação de diversas modificações de projeto.
Segundo o superintendente de Angra 2, Anselmo Carvalho, a parada foi bastante produtiva, tendo em vista o número significativo de atividades de grande porte realizadas. “Foi um desafio, mas deu tudo certo. Conseguimos ampliar a interação entre as áreas envolvidas, inclusive com as equipes estrangeiras. Também aprimoramos a execução dos nossos processos”, ressalta.
Carvalho explica que o único percalço foi que a troca do rotor do gerador elétrico principal – a tarefa mais importante da parada – provou ser mais difícil do que se esperava. “A montagem do eixo do rotor demorou além do previsto, o que provocou um pequeno atraso no retorno da Usina à operação. Mas finalizamos o procedimento com sucesso. Isso é o que vale”, frisa.
Durante a parada, cerca de um terço do combustível nuclear foi recarregado. Também foram realizadas mais de 4 mil tarefas, além de 1,2 mil testes, que precisavam ser feitas com a usina desligada. Foram contratadas firmas nacionais e internacionais – que mobilizaram em torno de 1,3 mil profissionais, sendo 200 estrangeiros – para trabalhar em conjunto com os profissionais da Eletronuclear neste período.
Além da troca do rotor do gerador elétrico, foram realizadas outras tarefas importantes, como a revisão geral de uma das turbinas de baixa pressão e o teste de correntes parasitas em dois geradores de vapor e em equipamentos e linhas do circuito primário da Usina. Também se destacam o teste de estanqueidade do envoltório de contenção do reator e a troca de um dos transformadores do sistema de 500 kV.
Sobre a Eletronuclear
Subsidiária da Eletrobras, a Eletronuclear é a responsável por operar e construir as usinas termonucleares do país. Conta com duas unidades em operação na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), com potência total de 1990 MW. Hoje, a geração nuclear corresponde a 3% da eletricidade produzida no país e o equivalente a um terço do consumo do Estado do Rio de Janeiro