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Caça pilotado por Senna vai para museu da FAB no Rio

Luís Bulcão

Em março de 1989, já campeão de Fórmula 1, Ayrton Senna ultrapassou a barreira do som. A bordo de um caça de guerra da Força Aérea Brasileira (FAB), Senna chegou a ficar tonto, mas segurou os comandos e deu show no céu de Anápolis (GO). Agora, o caça de fabricação francesa Mirage III, que fez o herói brasileiro atingir a maior velocidade de sua vida, está exposto no Museu Aeroespacial, na base de Campo dos Afonsos (RJ).

"Foi quando eu fiz duas passagens que eu estava com o comando da aeronave e você está mentalmente mais ligado à coisa. Então a sensação é maior porque eu estava realmente com a aeronave na mão, fazendo curvas fechadas, abrindo no mergulho, passando aqui em cima. Depois saí subindo fazendo um roll, então foi mais emocionante naquele momento em que eu estava com aeronave na mão, fazendo acrobacias", descreveu Senna após o voo.

Primeiro avião supersônico da FAB, o Mirage III-DBR, ou F-103D na designação militar, atingia até 2.350 km/hora. A aeronave passou a voar em 1972 e foi desativado em 2005. O Mirage suportava dois canhões de 30mm, três pontos fixos para bombas, um na fuselagem e dois nas asas, mísseis e tanques externos de combustível.

Visitação
O Mirage III faz parte do acervo de 116 aeronaves civis e militares expostas no museu, que pode ser visitado de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 15h, sábados domingos e feriados, das 9h30 às 16h. O museu, que abriga o coração do pai da aviação, Santos Dumont, também conta com uma réplica do 14-Bis. Os visitantes ainda podem acompanhar, aos sábados, domingos e feriados, apresentações de aeromodelismo junto ao museu.

Questão dos caças
Aposentados em 2005, os 12 Mirage III que faziam proteção do espaço aéreo nacional seriam substituídos por uma nova frota de caças mais modernas por meio do programa de compra FX, iniciado durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O programa foi cancelado e, como precisava aposentar os caças obsoletos, a FAB adquiriu aviões Mirage 2000 em caráter emergencial.

O FX-2, plano para compra de caças iniciado durante o governo Lula, provoca concorrência acirrada entre três fabricantes: Dassault (francesa), Saab (sueca) e Boeing (americana). Mais inclinado ao projeto francês, que, segundo o então ministro da defesa, Nelson Jobim, contava com maior intercâmbio tecnológico, Lula acabou deixando a decisão final para sua sucessora. Dilma reabriu a concorrência e, mais de cinco anos após a aposentadoria do Mirrage III, seu substituto segue indefinido.

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