Estados Unidos e Israel chegaram a um entendimento a respeito de um novo pacote de ajuda militar norte-americana de pelo menos 38 bilhões de dólares, e o pacto de valor recorde com 10 anos de duração será assinado na quarta-feira, disseram autoridades.
O acordo irá representar a maior promessa de assistência militar dos EUA a qualquer país, mas também envolve grandes concessões do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de acordo com autoridades das duas partes e assessores do Congresso norte-americano.
Entre elas está o compromisso de Israel de não solicitar fundos adicionais ao Congresso para além do que será garantido anualmente no novo pacote, e também abandonar gradualmente um arranjo especial que vem permitindo ao Estado judeu gastar parte da ajuda de Washington em sua própria indústria de defesa, e não em armas feitas nos EUA, disseram as autoridades.
O principal negociador israelense, Jacob Nagel, diretor interino do conselho de segurança nacional de Netanyahu, chegou a Washington de segunda para terça-feira para se preparar para a cerimônia de assinatura, e a Casa Branca também iniciou conversas com parlamentares sobre o acordo.
Os quase 10 meses de negociações arrastadas para fechar o pacote enfatizaram as divergências persistentes entre o presidente norte-americano, Barack Obama, e Netanyahu, resultante do acordo nuclear acertado no ano passado com o Irã, arqui-inimigo de Israel, com a liderança dos EUA.
Os Estados Unidos e Israel também têm se desentendido a respeito dos palestinos.
Mas a administração de direita do premiê israelense decidiu ser melhor forjar um novo acordo com Obama, que deixa a Casa Branca em janeiro, do que esperar por um acordo melhor com o próximo governo norte-americano, de acordo com autoridades de ambos lados.
Um acordo agora permite evitar incertezas sobre o próximo líder norte-americano, seja a democrata Hillary Clinton, ou o republicano Donald Trump, e dar à defesa de Israel a habilidade de se planejar.
A equipe de Obama buscava um novo acordo antes do fim da Presidência, vendo como parte importante de seu legado. Críticos republicanos acusam Obama de não ser atencioso o suficiente à segurança de Israel, o que a Casa Branca nega, e ser linha dura com o líder israelense.