O Paquistão permitiu o acesso da China ao até então desconhecido helicóptero dos Estados Unidos que caiu durante a operação que matou Osama bin Laden em maio, apesar de pedidos explícitos da CIA para que isso não ocorresse, divulgou o jornal Financial Times neste domingo.
A divulgação, se confirmada, vai provavelmente abalar ainda mais o relacionamento entre os Estados Unidos e o Paquistão, que havia melhorado levemente depois de atingir o seu ponto mais baixo em décadas após a morte de Bin Laden.
Durante a operação, um dos helicópteros Blackhawk modificados, que acredita-se que utilizam o recurso "stealth", apresentou defeito e caiu, forçando os comandos a abandoná-lo.
"Os EUA agora têm informações que o Paquistão permitiu o acesso de militares chineses ao helicóptero em Abbottabad", informou o jornal citando uma pessoa "nos círculos da inteligência."
Ele disse que o Paquistão, que goza de uma relação próxima com a China, permitiu que oficiais da inteligência chinesa tirassem fotos do helicóptero, além de colher amostras de seu revestimento especial, que permitiu que a invasão americana se mantivesse fora do radar paquistanês.
Um oficial norte-americano, falando anonimamente, disse à Reuters que havia motivo para acreditar que o Paquistão havia deixado que os chineses inspecionassem a aeronave. Mas o oficial não pôde confirmar se isso de fato havia acontecido.
Ninguém do exército paquistanês estava disponível para comentar o assunto, a principal agência de espionagem do Paquistão negou a reportagem. O jornal informou que o mais graduado general do Paquistão e chefe das forças armadas, Ashfaq Kayani, negou que a China tenha tido acesso.
A seção da cauda do helicóptero, cujas fotos foram amplamente distribuídas na Internet, foi devolvida aos Estado Unidos depois de uma visita do senador norte-americano John Kerry em maio, disse um porta-voz da embaixada do país à Reuters.
Pouco depois da operação, o Paquistão indicou que talvez permitisse que a China tivesse acesso ao helicóptero, dada a sua fúria em relação à operação, que considera uma grave violação da sua soberania.