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Petrobras negocia novas fontes de recursos na China

Assis Moreira

A Petrobras negocia a obtenção de mais financiamentos junto a instituições financeiras da China, e as discussões poderão se acelerar esta semana com a presença de uma importante delegação brasileira naquele país, segundo fontes. Até agora, está confirmada a assinatura, na sexta-feira, do contrato de financiamento de US$ 1 bilhão junto ao Eximbank da China, numa cerimônia prevista para o final do seminário econômico Brasil-China, que será realizado em Xangai. Esse crédito é destinado à aquisição de equipamentos e serviços já acertada com fornecedores chineses, como a companhia brasileira anunciou em maio.

Mas outras operações continuam em negociação. O presidente da estatal, Pedro Parente, estará em Xangai esta semana, quando o presidente interino Michel Temer e vários ministros participarão do seminário na metrópole chinesa. Em fevereiro, a Petrobras assinou um termo de compromisso com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês) para ter acesso a financiamento no valor de US$ 10 bilhões.

O então ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, participou em Pequim da cerimônia de assinatura desse entendimento. Além disso, a petroleira brasileira tem discutido um acordo comercial de fornecimento de petróleo para os chineses, também recebendo antecipadamente certos créditos, segundo fontes ouvidas pelo Valor.

Em 2014, o então vice-presidente Temer, em visita a Pequim, onde foi recebido pelo presidente Xi Jinping, ouviu proposta dos chineses de financiamento em troca de commodities, num esquema parecido com o que fazem com países como Venezuela e Angola.

No seminário de Xangai, está prevista também a assinatura de outros contratos e acordos. Entre eles o contrato de compra de 23% das ações da CPFL, a maior companhia integrada de energia do Brasil, pela chinesa State Grid International Development Ltd. As ações pertenciam à Camargo Corrêa e o negócio é estimado em R$ 5,85 bilhões.

Também está programada a assinatura de um acordo para investimentos no porto de São Luís (MA) entre a China Communication and Construction Company International (CCCC) e o grupo WTorre. Os chineses entram com participação no Terminal de Uso Privado (TUP) de São Luís, projeto multicargas da WPR, braço de infraestrutura do grupo WTorre.

Ainda está para ser confirmada a assinatura de contrato de serviços entre o governo do Maranhão com a empresa chinesa CBSTEEL. O plano é de avançar em investimentos no Estado em setores como energia e siderurgia. O Seminário Empresarial Brasil-China, em Xangai, vai focar nos setores de infraestrutura, agricultura, cooperação industrial, inovação e tecnologia, segundo o Itamaraty. O evento ocorrerá no âmbito da visita de delegação governamental e empresarial de alto nível à China, em paralelo à reunião do G-20 em Hangzhou.

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