Os planos turcos para reestruturar as suas Forças Armadas têm o objetivo de eliminar a possibilidade de uma outra tentativa de golpe, e as medidas estarão de acordo com a estrutura e o espírito da OTAN, disse o ministro da Defesa da Turquia nesta sexta-feira.
O presidente Tayyip Erdogan divulgou dois decretos dispensando cerca de 3.000 integrantes das Forças Armadas turcas, a segunda maior da OTAN, desde a tentativa de golpe de 15 de julho, incluindo mais de 40 por cento dos generais. Ele fechou escolas militares de ensino médio e colocou comandantes sob controle estrito do governo.
O golpe frustrado, no qual soldados rebeldes tomaram o controle de jatos, tanques e helicópteros no esforço para ganhar o poder, matou mais de 230 pessoas e levantou preocupações sobre a capacidade da Turquia para se proteger da ameaça do Estado Islâmico na vizinha Síria e da insurgência curda no sudeste do país.
"A reestruturação visa abolir o mecanismo que produziu seis golpes pequenos e grandes nos últimos 60 anos. As medidas que estamos tomando se adequam perfeitamente com a estrutura e o espírito da OTAN”, disse o ministro da Defesa, Fikri Isik, à Reuters.
Como parte das mudanças, os comandantes da forças aérea, terrestre e naval vão se reportar diretamente a Isik. Antigos militares e políticos da oposição alertaram que as mudanças vão prejudicar a cadeia de comando.
“As medidas têm três princípios básicos. O primeiro é o cumprimento da democracia. O segundo é que eles são produto de experiência global. Finalmente, as medidas asseguram que ninguém vai tentar um golpe na Turquia de novo”, afirmou Isik em entrevista em Ancara.