Comentário Gelio Fregapani – Assuntos: Politicalha, Dívida e Juros , União Europeia e BREXIT
Política e corrupção
Como era de se esperar, aparecem cada vez mais falcatruas dos governos não só do PT, mas principalmente dele. Uma delas, a utilização fraudulenta da Bolsa Família. Foram descobertos mais de 1 milhão de pessoas que recebiam Bolsas indevidamente; 585 mil eram funcionários públicos. A maioria de militantes e cabos eleitorais, que separavam 10% do que recebiam para o partido. Haveria significativo número que "contribuíam" com tudo que recebiam das Bolsas.
A correção dessas fraudes é uma das boas consequências da queda do governo do PT, mas não nos iludamos; se voltarmos ao sistema do "presidencialismo de coalizão" (é dando que se recebe) acabaremos por substituir os militantes petistas por militantes de outros partidos, mesmo que se acredite que nenhum outro partido chegaria a este ponto.
Dívidas e juros
Sem uma renda extra (tipo petróleo), quando um governo precisa de mais dinheiro (mesmo que seja para roubar), pode consegui-lo aumentando os impostos, imprimindo ou tomando emprestado. Aumentando os impostos prejudicariam a economia e a partir de certo ponto a arrecadação diminuirá em vez de aumentar. Imprimindo dinheiro causaria inflação se houver mais dinheiro do que produtos a venda. Quanto a tomar dinheiro emprestado, é pior de todos pois terá que ser pago, custará juros, cria dependência e o dinheiro recebido causa a mesma inflação que o dinheiro impresso.
Daí conclui-se que, empréstimos pedidos por países que podem imprimir seu próprio dinheiro só podem ter um motivo: o recebimento de comissões e propinas por dirigentes corruptos.
A crise econômica que vivenciamos tem uma causa principal: a dívida pública com seus juros, os quais consomem quase a metade do orçamento.
Será possível acabar com isto? –Claro, pois não há problema sem solução como não há solução sem defeito. Bastaria baixar violentamente os juros. Naturalmente muitos dos investidores procurariam retirar seu dinheiro e esse dinheiro não existe mais. – pois bem, imprima-se! – E a quantidade de dinheiro impresso não causará inflação? – Sim, esse é o preço a pagar, mas será temporária, pois o dinheiro retirado será empregado em alguma atividade que renda dinheiro (e crie empregos) ou será corroído pela inflação.
'Por casa dos nossos juros, dos mais altos do mundo, não há recursos para obras de infraestrutura nem para a educação, nem para a saúde e nem para a defesa; ninguém empregará dinheiro em um empreendimento se puder ganhar mais deixando seu dinheiro a juros e sem se incomodar com leis trabalhistas. Pior ainda, a nação endividada sempre será refém de seus credores.
A União Europeia e o BREXIT
A União Europeia é uma experiência interessante, pode ser que fosse um ensaio para um governo mundial, mas prometia ser um poderoso Estado Multinacional, benéfico para todos os participantes, onde com a mesma moeda e livre circulação de mercadorias todos seriam igualmente ricos. Sim, foi melhor para alguns, os que conquistaram, sem barreiras, os mercados dos mais fracos.
Viajando pela Europa Oriental constatamos que estavam sem produção e sem empregos. Diziam-nos: "nossa indústria não pode competir com a dos mais desenvolvidos, nem nossas lavouras. Estamos sem trabalho. Assim não dá, estávamos melhor antes" (antes estavam loucos para fazer parte da UE). Era perceptível que os mais atrasados, sem poder desvalorizar sua moeda não conseguiriam competir e sem poderem imprimir nem contraírem empréstimos tinham dificuldades imediatas. Os mais desenvolvidos se viram as voltas com as multidões vidas dos mais pobres em busca de melhores condições de vida.
Talvez por causa disto o Reino Unido tenha resolvido pular fora. Talvez por não conseguir competir com a Alemanha num mercado aberto. Seja porque for, faz muito bem e mostra para o nosso País a tolice do Mercosul, onde a Argentina ficou com o "Merco" e nós com o nome de "Sul".
Mas, é preciso atenção: A pequenina Escócia pensa em se separar do Reino Unido e esses movimentos são contagiosos. Naturalmente serão aproveitados pelas finanças internacionais que procuram seccionar os países "baleias", a China, a Índia a Rússia e o nosso Brasil. Este é o único ponto em que o desmanche da União Europeia nos diz respeito.
Incoerência
É intrigante o que passa na cabeça de um mulato quando pleiteia a reparação da dívida por conta da escravidão, quando deve lembrar-se de que a metade dele era o próprio opressor.
Que Deus nos ilumine nas decisões sobre a economia e nos guarde contra as divisões em raças hostis
Gelio Fregapani