Militares da coalizão liderada pelos Estados Unidos foram vistos perto da linha de frente de uma nova ofensiva no norte do Iraque iniciada neste domingo pelas forças curdas peshmerga, visando retomar aldeias dominadas pelo Estado Islâmico.
Um correspondente da Reuters presenciou militares carregando os veículos blindados nos arredores da aldeia de Hassan Shami, a poucos quilômetros ao leste do front. Eles proibiram que fossem fotografados.
Os militares falavam em inglês, porém suas nacionalidades não eram claras. A Reuters reportou anteriormente que seriam norte-americanos, mas a informação não foi confirmada oficialmente.
Ao comentar sobre a movimentação terrestre vista próximo ao campo de batalha, Steve Warren, coronel do exército dos Estados Unidos e porta-voz da coalizão em Bagdá, disse que “as forças dos EUA e da coalizão conduzem e assistem às operações para auxiliar as forças curdas peshmerga”.
Ele disse ainda que não confirma os países de origem dos que foram avistados pela Reuters.
“Podem ser americanos, canadenses ou de outras nacionalidades”, disse ele ao responder sobre o comentário de que algumas forças utilizavam o emblema canadense.
A observação de militares perto da linha de frente representa uma medida do profundo envolvimento em terra da coalizão liderada pelos EUA no Iraque, enquanto a guerra contra o Estado Islâmico se aproxima de seu terceiro ano.
Mais cedo neste domingo, as forças curdas peshmerga do Iraque deram início a um ataque visando derrotar os combatentes do Estado Islâmico alojados em aldeias localizadas cerca de 20 quilômetros a leste de Mosul, no caminho para a capital regional Erbil.
Forças iraquianas entram em Fallujah, reduto do EI
As tropas iraquianas entraram nesta segunda-feira por três frentes em Fallujah, um reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI), 50 km ao oeste de Bagdá, informaram comandantes militares.
"As forças iraquianas entraram em Fallujah com a cobertura aérea da coalizão internacional, da força aérea iraquiana e da aviação do exército, além do apoio da artilharia e de tanques", disse o comandante Abdelwahab al-Saadi, que está à frente da operação.
"As forças do Serviço Antiterrorismo (CTS), da polícia (da província) de Al-Anbar e do exército iraquiano começaram a entrar em Fallujah às 4H00 (22H00 de Brasília, domingo), a partir de três posições", completou.
"O avanço encontra resistência por parte do Daesh", disse, em referência ao acrônimo árabe do EI.
"Esta manhã iniciamos as operações de entrada em Fallujah", afirmou à AFP o porta-voz das tropas de elite antiterroristas, Sabah al-Norman.
O envolvimento das forças de elite antiterroristas marca o início da fase urbana da ofensiva. Ao longo da semana, as tropas iraquianas intensificaram o cerco da cidade, assumindo o controle dos vilarejos e das zonas rurais próximas.
Apenas alguns civis conseguiram fugir durante o cerco. A ONU calcula que 50.000 pessoas permanecem na cidade, sem acesso a alimentos, água potável e medicamentos.
O EI, que em junho de 2014 proclamou um "califado" entre o Iraque e a Síria, controla três grandes cidades: Fallujah e Mossul no Iraque e Raqa na Síria, proclamada "capital" do califado.