Phil Stewart e Warren Strobel
O governo dos Estados Unidos busca aprovar a venda de até 12 aeronaves de ataque leve A-29 Super Tucano, da Embraer, para a Nigéria como auxílio no combate ao grupo extremista Boko Haram, disseram autoridades norte-americanas, em um voto de confiança à reforma conduzida pelo presidente Muhammadu Buhari para mudar o manchado histórico militar do país africano.
Washington também está dedicando mais ativos de inteligência, vigilância e reconhecimento para a campanha contra militantes islâmicos na região, e planeja providenciar mais treinamentos para as forças de infantaria nigerianas, disseram as autoridades à Reuters, falando sob condição de anonimato para discutir os planos do governo Obama para a Nigéria.
A possível venda dos Super Tucano – que autoridades dizem ser apoiada pela administração dos EUA, embora seja assunto de revisão pelo Congresso – destaca o profundo envolvimento norte-americano na ajuda a países do norte e oeste da África na luta contra grupos extremistas.
O Congresso dos EUA ainda não foi formalmente notificado sobre a possível aprovação da venda das aeronaves à Nigéria.
Os Super Tucanos podem ser usados para treinamento, vigilância e ataques. Os aviões podem ser armados com metralhadoras e carregar até 1.550 quilos de armas.
Uma linha de produção do Super Tucano fica na Flórida, onde a aeronave é montada com a empresa norte-americana Sierra Nevada Corp. As aeronaves que seriam vendidas à Nigéria vêm com "uma configuração armada bastante básica", disse uma das autoridades dos EUA.
A venda pode oferecer à Nigéria uma aeronave que pode permanecer no ar por longos períodos para atingir formações do Boko Haram. As autoridades não revelaram o custo dos aviões para serem vendidos para a Nigéria. No entanto, um contrato para vender 20 aeronaves similares para o Afeganistão teve custo de 428 milhões de dólares quando foi anunciado em 2013.
A ampliação da ajuda militar dos EUA é uma vitória política para o presidente nigeriano Buhari, que tomou posse no ano passado prometendo reprimir a corrupção desenfreada que tem minado as Forças Armadas no país mais populoso da África.
"A administração Buhari, eu acho, tem realmente reenergizado a relação bilateral de uma forma fundamental", disse um oficial dos EUA.
O governo nigeriano anterior de Goodluck Jonathan tinha desprezado os Estados Unidos por bloquear a venda de armas, em parte devido a preocupações com os direitos humanos.