A questão da compra dos caças que renovarão as Forças Armadas é uma das causas do indisfarçável desconforto de Nelson Jobim à frente do Ministério da Defesa durante o governo Dilma Rousseff.
Jobim, que daria como praticamente certa a compra dos caças franceses Rafale, da Dassault Aviation, teria ficado desapontado com uma possível preferência pessoal de Dilma por aviões da americana Boeing.
O impasse e a demora do governo em bater o martelo a respeito da compra dos caças teria irritado Jobim e contribuído para que ele, tido como um homem de personalidade forte, aumentasse o tom de críticas e insinuações que, claramente, têm causado desconforto no Palácio do Planalto.
A polêmica sobre a compra de 36 novos caças se arrasta desde o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Além da Dassault e da Boeing, o Brasil também analisa ofertas da sueca Saab.
O então presidente Lula chegou a fazer manifestações públicas em apoio ao modelo proposto pela França. Mas ao tomar posse no início deste ano, Dilma Rousseff decidiu reavaliar as ofertas e suspendeu o processo de compra dos aviões.