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Lisboa – O governo português anunciou, na terça-feira passada (05), a aprovação de dois novos projetos da construtora aeronáutica brasileira Embraer nas fábricas de Évora, num investimento total elegível de 93,5 milhões de euros, que beneficia de 34,6 milhões de incentivos financeiros, informa a agência Lusa.
Os projetos foram homologados pelos ministros portugueses do Planeamento e das Infraestruturas e da Economia, respetivamente, Pedro Marques e Manuel Caldeira Cabral.
Segundo informação governamental, a atribuição dos 34,6 milhões de euros de incentivos financeiros "insere-se na política do Governo de apoio ao investimento estrangeiro de elevada componente tecnológica e criador de emprego".
O presidente da Embraer Portugal, Paulo Marchioto, congratulou-se pela aprovação e homologação destes contratos, que envolvem, em termos brutos, um investimento total elegível de 93,5 milhões de euros nas fábricas de Évora.
"Esta aprovação tem uma importância muito grande para nós, porque nos permite trabalhar no novo avião da Embraer, que é o projeto E2", a nova geração de aviões E-Jets da empresa, acedendo "a novas tecnologias e inovações", disse, citado pela agência Lusa.
Segundo o Ministério do Planejamento e das Infraestruturas, a candidatura apresentada pela fábrica Embraer Portugal Estruturas em Compósitos envolve um investimento bruto elegível de 30 milhões de euros, ao qual cabe um incentivo do PT2020 de 11,1 milhões.
O projeto desta unidade especializada na fabricação de peças em materiais compósitos, que prevê criar mais 63 postos de trabalho, dos quais 10 qualificados, tem como objetivo a "capacitação tecnológica, tendo em vista a participação no desenvolvimento e produção em série da aeronave Embraer E175-E2".
"Vamos fazer duas novas linhas de montagem" para "fabricar o 'flap' e o estabilizador horizontal do E175–E2", revelou Paulo Marchioto.
No caso do estabilizador horizontal, o presidente da Embraer Portugal realçou tratar-se da primeira peça do género "em compósitos feita pela empresa".
"Estamos a adquirir novas máquinas, com tecnologias inovadoras e que nunca usámos antes. Isso abre-nos portas para entrar nos novos produtos" da empresa, com o fabrico de "peças que normalmente seriam compradas no mercado aeronáutico, a empresas externas à Embraer", realçou.
Quanto à fábrica Embraer Portugal Estruturas Metálicas, o contrato envolve um investimento bruto elegível de 63,5 milhões de euros, ao qual foi atribuído um incentivo de 23,5 milhões.
O investimento, que prevê criar 199 postos de trabalho, dos quais 21 qualificados, visa a "inovação produtiva para capacitar a empresa com tecnologia na sua área de excelência, que permita participar na fabricação" dos E2.
"Este projeto permitirá à empresa angariar futuros projetos da casa-mãe e participar noutros projetos" a cargo de outras construtoras aeronáuticas, "como a Boeing e Airbus", pode ler-se na informação do Governo.
Segundo Paulo Marchioto, a fábrica de estruturas metálicas "já está a ser aumentada, em oito mil metros quadrados", para permitir "a produção em série de peças de partes da asa" do E175-E2".
"São peças grandes e complexas, de cadência alta. Já estávamos a trabalhar no protótipo da asa, mas, agora, esta aprovação permite-nos avançar para a produção em série, em Évora", disse.