HONG KONG e TAIPEI – A Foxconn, maior fabricante mundial terceirizada de celulares e responsável por montar os aparelhos da Apple na China, planeja utilizar mais robôs em sua linha de montagem. O objetivo é introduzir 1 milhão deles nos próximos três anos, driblando o aumento de custos com mão-de-obra.
A decisão da Foxconn destaca a tendência crescente de automação na indústria chinesa, à medida que questões trabalhistas, como greves e até ondas de suicídio, surgem para criar problemas em empresas de setores que vão de automóveis à tecnologia.
Fabricantes terceirizados como a Foxconn, que também tem entre seus clientes Dell, Hewlett-Packard e Nokia, estão transferindo parte da produção das cidades costeiras para o interior da China ou outros mercados emergentes.
Essas empresas também estão elevando investimento em pesquisa e desenvolvimento para ampliar a margem de lucro.
– Os salários dos trabalhadores vêm crescendo tão rápido que algumas empresas já não suportam – disse Dan Bin, administrador de fundos na Eastern Bay Investment Management, de Shenzhen. – A automação é a tendência geral em muitos setores da economia chinesa, como o eletrônico. Algumas empresas também podem considerar transferir suas linhas de produção ao exterior, mas isso é mais fácil de falar do que de fazer, já que a cadeia de suprimento está aqui.
Segundo o jornal "China Business News" desta segunda-feira, Terry Gou, presidente do conselho da Foxconn, teria declarado que a empresa planeja ter 1 milhão de robôs em operação nas suas linhas de montagem em três anos, ante os 10 mil em uso atualmente e a expectativa de 300 mil para o ano que vem.
Em comunicado, a Foxconn afirmou que Gou havia informado aos funcionários da empresa em Longhua, na China, que planejava transferir mais de 1 milhão de empregados para funções mais complexas, retirando-os das tarefas manufatureiras básicas.