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Cai interesse estrangeiro pela China

A Bain & Company acaba de lançar a 18ª edição do China Business Climate Survey Report, relatório elaborado em parceria com a Câmara Americana de Comércio da República Popular da China com o intuito de analisar o desempenho de seus membros em 2015, planos para os investimentos no mercado chinês nos próximos anos e suas percepções sobre os aspectos econômicos, regulatórios e sociais do país.

Os desafios encontrados pelas empresas norte-americanas em território chinês relacionam-se tanto às consequências da diminuição do ritmo de crescimento, como o excesso de capacidade da indústria, quanto à entraves de ordem política, como a baixa velocidade da internet decorrente do controle da rede pelo governo. Ainda assim, o país é considerado investimento prioritário por 60% das companhias consultadas.

Apesar de ainda consistir em um percentual elevado, trata-se de uma queda significativa em comparação com 2012, por exemplo, ano em que o percentual de empresas que priorizava o país em seus planos de investimento chegava a 80%. Pela primeira vez em cinco anos, as empresas participantes da Câmara de Comércio citaram “interpretação regulatória inconsistente e leis obscuras” e “dificuldade de obtenção das licenças requeridas” como alguns dos principais desafios para o bom andamento dos negócios.

Dentre as prioridades para o futuro dos negócios na China, 90% dos participantes consideraram investimentos em inovação essenciais – na medida em que a inovação é a principal responsável pela conquista de novas oportunidades de crescimento em novos segmentos de clientes e a produtos ou serviços, que são os principais objetivos de negócios para a maioria das empresas associadas: prova disso é que na pesquisa foi possível observar que a utilização de ferramentas de inovação com foco na adaptação de produtos e serviços para as peculiaridades dos consumidores chineses fez com que 40% das empresas-membros aumentassem suas receitas em 32% no ano de 2015.

Outro fator relevante no segmento de inovação consiste nas mudanças no ambiente tecnológico: mais de 70% as empresas associadas à AmCham alegam ter como prioridade para 2016 digitalizar os departamentos de vendas, marketing, distribuição e atendimento ao consumidor, com o intuito de incrementar sua competitividade. Para obter a inovação necessária no país, os países membros têm contratado mão de obra local e investindo em capacitação e treinamento, consequentemente, a contratação e o desenvolvimento de novos talentos também constam como prioridade dos países membros de todas as companhias associadas para esse ano.

O estudo revela também que as empresas associadas à AmCham reconhecem amplamente a vantagem competitiva de desenvolver produtos e serviços taylor made aos públicos chineses – tanto que mais de 40% das empresas com 250 funcionários ou mais estabeleceram centros de pesquisa e desenvolvimento em território chinês para dar características locais às estratégias de inovação pensadas em suas matrizes.

Mesmo com a legislação considerada pouco clara e a obtenção de licenças tomada como desafiadora, os participantes consideram ter havido progressos consideráveis em Direitos de Propriedade Intelectual, ambiente de segurança de dados e movimentos anticorrupção.

Em relação aos direitos de propriedade intelectual, a maioria dos entrevistados considera o registro de patentes, leis e regulamentos autorais e marca registrada como sendo bastante eficazes em 2015, de maneira que apenas as mudanças secretas em leis e regulações são vistas pela maioria como sendo ineficazes.

Apesar desse progresso, 77% das empresas consultadas sentem que os negócios estrangeiros são menos bem-vindos na China hoje, percepção que, embora seja concernente principalmente ao segmento industrial, também é reforçada por companhias dos setores de tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento, que sentem que o interesse do governo em investir no desenvolvimento tecnológico não se estende às empresas estrangeiras.

De acordo com a análise da Bain & Company, a chave para a retomada do equilíbrio no ambiente de negócios entre China e os Estados Unidos consiste na adoção de um Tratado Bilateral de Investimento (TBI), na medida em que proporcionaria maior transparência previsibilidade e equidade no quadro regulamentar chinês, fator que colaboraria tanto para aumentar a atratividade do mercado chinês para o investidor norte-americano quanto para estreitar as relações entre os dois países.

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