Vianney Junior
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Matéria Traduzida por DefesaNet
Encontramos Eric Trappier, Presidente e CEO da Dassault Aviation, na sede do grupo, em Saint Cloud, na França. "Le commandant en chef" da maior empresa francesa de aviação tem uma expressão vibrante, que inspira a paixão e convicção na capacidade e qualidade de seus aviões. A ele deve-se em grande parte o sucesso mundial do antecessor do Rafale. O Mirage 2000 alcançou um grande sucesso operacional e comercial. Em muitos dos contratos dos 151 caças vendidos no Oriente Médio e Sul da Ásia pode se encontrar sua assinatura.
O Autor Vianney Jr e M Eric Trappier, CEO Dassault Aviation.
Foto DefesaNet
Durante a nossa visita ao quartel general da Dassault Aviation, em Saint Cloud, tivemos uma apresentação do Centro de Realidade Virtual com a demonstração do mock-up digital, um modelo com exatidão de detalhes que permite aos engenheiros da Dassault simular das características de voo, até os melhores procedimentos de manutenção. Todas as informações combinadas ajudam no desenvolvimento de melhorias e até mesmo projetar o ciclo de vida de estruturas e componentes.
Também tivemos acesso ao Centro de Imersão de Realidade onde tivemos uma experiência interativa no cockpit virtual do Rafale e a simulação de procedimentos operacionais por meio de realidade aumentada. Esta tecnologia da Dassault Aviation revela-se extremamente útil para o processo de melhoramento da interação entre o homem e a máquina – MMI (man-machine interface).
Todas essas experiências são realmente importantes para se acessar o DNA da companhia. O contato com tais estruturas, grupos de trabalho e tecnologias próprias foram fundamentais para se captar o conceito de engenharia e os valores aplicados nos projetos da fabricante francesa, resumidas na célebre frase do fundador da empresa, Marcel Dassault:
“Para uma aeronave voar bem, ela tem que ser bela.”
Porém, a despeito de todas as aeronaves comprovadamente belas e eficientes já produzidas pela Dassault, havia uma perceptível desconfiança quanto ao sucesso comercial de sua peça mais tecnologicamente avançada. Após a campanha no Brasil, onde o Rafale foi inicialmente declarado vencedor pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, e posteriormente preterido pela decisão da presidente Dilma Rousseff em favor do Gripen, sueco, alguns importantes jornais franceses declararam que o Rafale seria eternamente uma aeronave “quase vendida” ao exterior, e que a Força Aérea e a Marinha Francesas seriam os únicos compradores do mais sofisiticado caça já produzido pela Dassault.
Enquanto a campanha de vendas internacionais seguia – algo em torno de dez anos até a primeira assinatura de contrato – o Rafale já estava em serviço ativo na Armeé de l’Air e na Marine Nationale, respectivamente com as versões B/C, e M, alcançando uma performance mensurável e uma alta taxa de disponibilidade, durante operações no Afeganistão, Líbia, Mali, Síria e Iraque.
Trappier explica que o processo de venda de aeronaves militares tem um tempo absolutamente próprio, principalmente se levarmos em conta as transformações em curso. “O Rafale incorpora hoje um Radar AESA operacional, peça imprescindível a um caça de primeira linha. Isto é um exemplo da maturidade e consolidação das capacidades de nosso produto, ajustadas à realidade, e que o mantém em estado-da-arte, apto a competir com as mais modernas tecnologias”, define.
Outro aspecto levantado em defesa do caça da Dassault, é independência. “Uma vantagem que podemos oferecer, é o acesso de nossos clientes a uma plataforma que permite a incorporação de desenvolvimentos próprios nacionais de cada operador".
Em 2015, e agora em 2016, tornam-se públicas uma sequência de anúncios de contratos de vendas internacionais do Rafale, não coincidentemente na mesma região onde o Mirage 2000 já foi o Rei.
Quando perguntado sobre as perspectivas do caça conquistar um desempenho de vendas semelhante ao sucesso do Mirage, guardadas as devidas proporções da realidade atual de redução do número de aeronaves e restrições orçamentárias, Monsieur Trappier afirma que o momento dos resultados está em franco caminho de concretização.
A Dassault tem contratados, até aqui, 48 caças para operadores internacionais: 24 para o Egito, e 24 para o Catar. Com a Índia, estes números sobem para 84 aeronaves para o exterior. Se considerarmos que as notícias sobre conversações entre a França e os Emirados Árabes são dignas de crédito, e que, devido a impasses relacionados a contratos de Estados Unidos e Reino Unido com a Arábia Saudita, este país passaria a ser um potencial operador do caça multi-função da Dassault, não seria exagerado dizer que um novo regente dos céus sobre o Oriente Médio e o Sul da Ásia poderia estar por surgir.
Vive le Roi ! Vida longa ao Rei!
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