A China anunciou no dia 02.jan.2016, mudanças na estrutura das suas forças armadas, uma "importante decisão estratégica para realizar o sonho chinês de ter um poderoso exército", segundo o presidente Xi Jinping, citado pela imprensa estatal.
Xi anunciou recentemente seu desejo de tornar mais eficaz o exército chinês, reduzindo em 300.000 seu efetivo, de até dois milhões, e fortalecendo o controle do Partido Comunista sobre os militares.
As mudanças anunciadas neste sábado se referem a três novas unidades, uma responsável por monitorar o arsenal de mísseis estratégicos, um comando geral para o exército e uma unidade de tropas de apoio em combate, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.
O anúncio ocorre dois dias depois que Pequim anunciou que está construindo seu segundo porta-aviões, em um contexto de inúmeras disputas marítimas com os seus vizinhos pela soberania de várias ilhas no Mar da China.
Segundo um analista chinês, esta reorganização visa reforçar o poder de combate do exército.
"Durante muito tempo, a China não estava interessada no exterior, e a marinha, a aeronáutica e as forças estratégicas eram relativamente fracas em comparação com o exército", explicou à AFP Ni Lexiong, professor da Universidade de Shanghai.
"Para recuperar o atraso e rivalizar com as potências americana e europeias (…) a China deve aumentar o nível de modernização e poder de combate de seu exército", acrescentou.
A reforma militar chinesa conseguiu avanços importantes no fim do ano de 2015 com a criação do Comando Geral do Exército, Força de Foguete e da Força de Apoio Estratégico. O país emergente está acelerando seu ritmo de reforma das tropas, de forma a modernizar as forças armadas e melhorar as capacidades de luta.
Reforma militar para promover modernização do exército¹
Foram fundados oficialmente em 31 de dezembro de 2015 o Comando Geral do Exército, a Força de Foguete e a Força de Apoio Estratégico. Na cerimônia de inauguração,o presidente chinês, Xi Jinping, ponderou que a criação dos três novos corpos militares foi uma decisão estratégica tomada pelo Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e pela Comissão Militar Central para realizar o sonho chinês e o fortalecimento das Forças Armadas.
Segundo o vice-diretor do departamento de pesquisa estratégica da Universidade da Defesa Nacional do Exército de Libertação Popular (ELP), Lou Yaoliang, os três novos órgãos militares têm grande significado para a China, sendo um marco miliário na história do desenvolvimento das tropas chinesas. Ele valorizou:
"A criação do Comando Geral do Exército, Força de Foguete e da Força de Apoio Estratégico é uma iniciativa importante da China com objetivo de otimizar as funções das forças armadas e construir um sistema militar moderno com características chinesas, o que possui grande significado para acelerar a transformação estratégica do exército chinês da mecanização para a informatização."
Ao falar do motivo da criação do Comando Geral do Exército, o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Yang Yujun, deu sua opinião.
"A fundação da unidade foi uma decisão estratégica importante feita pelo Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), Comissão Militar Central do partido e pelo presidente Xi Jinping. Essa ação marca um passo crucial em incentivar a modernização do exército, além de aperfeiçoar o sistema de comando operacional."
A Força de Foguete irá substituir o Segundo Corpo de Artilharia e se tornará a quarta força militar principal da China, depois da marinha, aeronáutica e exército. Yang Yujun apresentou a situação da nova unidade.
"Como um núcleo de dissuasão estratégica, a força de foguete assume responsabilidades importantes de salvaguardar a segurança nacional e suportar a implementação das estratégias do país, o que desempenha um papel indispensável na defesa militar."
Sobre a Força de Apoio Estratégico, Yang Yujun concedeu a seguinte explicação:
"A Força de Apoio Estratégico faz parte da reforma militar modernizadora, sendo uma nova força de combate e possuindo fortes capacidades estratégicas e de suporte. Essa nova unidade ajudará a otimizar a estrutura militar chinesa."
Em 1º de janeiro de 2016, a Comissão Militar Central do PCCh também publicou os documentos em relação à promoção das reformas do sistema de gestão do exército e do comando operacional. Prevê-se que as ações serão concluídas antes do fim deste ano.
¹com CRI – China Radio International