Dois supostos insurgentes islamitas morreram neste domingo em um novo tiroteio registrado na mesma base aérea no norte da Índia atacada na véspera.
No total, sete militares e seis agressores morreram no ataque iniciado no sábado na estratégica base de Pathankot, situada no estado de Punyab (norte), a 50 km da fronteira paquistanesa.
O ataque – pouco comum fora da disputada Caxemira – acontece uma semana depois da visita surpresa do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao Paquistão, a primeira de um chefe de governo em dez anos, e ameaça prejudicar o início do processo de entendimento entre as duas potências nucleares.
Oficiais da segurança acreditam que os atacantes da véspera permaneceram escondidos dentro da base.
"Acreditamos que um ou dois terroristas ainda estavam entrincheirados" na base, declarou o chefe de polícia de Panthakot, Kunwar Vijay Singh.
O exército indiano levou 14 horas para anunciar que havia recuperado o controle das instalações, embora, finalmente, esse não parece ser o caso, à luz dos acontecimentos deste domingo. Um policial que não quis se identificar explicou que o exército havia recebido tiros durante as operações de desminagem no sábado.
A base de Pathankot abriga dezenas de aviões de combate e te uma posição estratégica por sua proximidade com a fronteira paquistanesa. Os agressores mortos são suspeitos de pertencer ao grupo islamita Jaish-e-Mohammed (Exército de Maomé), com base no Paquistão.
No sábado, o Paquistão condenou "este ato terrorista". "No espírito de boa vontade criado pelas recentes conversações de alto nível, o Paquistão segue comprometido em ser parceiro da Índia (…) para eliminar a ameaça terrorista em nossa região", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores.
Desde a independência da Grã-Bretanha em 1947, Índia e Paquistão já travaram três guerras pelo controle da Caxemira, um território do Himalaia que ambos ocupam em parte e que reivindicam em sua totalidade.
A Índia acusa regularmente o exército do Paquistão de fornecer cobertura aos rebeldes, que muitas vezes se infiltram através da fronteira e organizam ataques na Caxemira indiana contra a polícia local.
O grupo Jaish-e-Mohamed, banido no Paquistão, luta contra o controle indiano de parte da Caxemira, onde um conflito separatista já custou a vida de cerca de 100.000 pessoas.
A Índia responsabilizou o grupo por um ataque em dezembro de 2001 contra o Parlamento indiano, em que 11 pessoas morreram. O ataque provocou uma escalada militar na fronteira e levou os dois países à beira de uma guerra.
Consulado da Índia em cidade afegã é alvo de disparos e explosões
Explosões e disparos com armas de fogo foram ouvidos neste domingo perto do consulado da Índia em Mazar-i-Sharif, uma grande cidade do norte do Afeganistão.
Segundo um diplomata, homens armados tentavam tomar o prédio de assalto.
"Estão nos atacando. Os tiroteios continuam", declarou a fonte indiana por telefone à AFP, falando do interior da sede diplomática. Um correspondente da AFP em Mazar-i-Sharif ouviu duas explosões às 21h (14h30, horário de Brasília) e, depois, disparos de armas de fogo.
"É um ataque contra o consulado da Índia. Ignoramos se os insurgentes conseguiram invadir", declarou Munir Farhad, porta-voz do governador da província de Balj, que engloba Mazar-i-Sharif, a pouco mais de 300 km de Cabul.
O porta-voz do Ministério indiano das Relações Exteriores Vikas Swarup disse à AFP que ainda não há informações de vítimas indianas.
Esse ataque acontece dez dias depois da visita ao Afeganistão do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. A Índia tenta se posicionar como aliado regional do Afeganistão em detrimento de seu oponente paquistanês, acusado por Cabul de apoiar a rebelião dos talibãs.