Navios de guerra iranianos realizaram testes de mísseis próximos a porta-aviões e outras embarcações militares da coalizão internacional, que dão apoio aos ataques aéreos contra o "Estado Islâmico" na Síria e no Iraque, informou nesta quarta-feira (30/12) o porta-voz do comando militar dos Estados Unidos Kyle Raines.
"Essas ações foram altamente provocativas, inseguras e pouco profissionais, e lançam dúvidas sobre o comprometimento do Irã quanto à segurança de uma rota marítima essencial para o comércio internacional", afirmou o porta-voz.
Os testes de mísseis ocorreram no dia 26 de dezembro no Estreito de Hormuz, perto do porta-aviões americano USS Harry S. Truman, ao destroier USS Bullkeley e a uma fragata francesa. Segundo o porta-voz, navios mercantes também estavam nas proximidades.
Raines disse que a Guarda Revolucionária do Irã avisou com "apenas 23 minutos de antecedência" sobre a realização dos testes.
Segundo Raines, o exercício militar foi uma exceção à rotina segura e profissional das interações entre as forças iranianas e americanas, e põem em risco a "liberdade de navegação e a segurança marítima" dentro dos padrões globais.
Uma reportagem da rede de televisão americana NBC relatou que um míssil chegou a apenas 1.500 metros do USS Harry S. Truman, que entrava no Estreito de Hormuz durante um trajeto de rotina.
Segundo a emissora, um militar americano disse que os mísseis, lançados de diversas embarcações de pequeno porte da Guarda Revolucionária do Irã, estariam desgovernados.
O incidente ocorreu em meio ao degelo das relações diplomáticas entre os EUA e o Irã, após a assinatura do acordo sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e o grupo 5+1, formado por China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha.
O acordo estabelece a suspensão das sanções que pesam sobre a economia iraniana em troca de restrições às atividades atômicas do país.