O governo iraquiano confirmou nesta segunda-feira (28/12) que suas forças de segurança libertaram totalmente a cidade de Ramadi das mãos dos extremistas do "Estado Islâmico" (EI), após uma ofensiva iniciada na semana passada.
O porta-voz das Forças Armadas, o brigadeiro Yahya Rasool, contou que a bandeira iraquiana foi erguida sobre o complexo governamental de Ramadi , que era o último bastião de resistência do EI. "Sim, a cidade foi liberada", afirmou o militar em pronunciamento à rede de televisão estatal.
A vitória em Ramadi, capital da província majoritariamente sunita de Anbar, no vale do rio Eufrates, a oeste de Bagadá, tira do EI sua principal conquista de 2015. Os extremistas capturaram a cidade em maio, depois de tropas do governo fugirem derrotadas, o que levou Washington a reavaliar a estratégia contra o "Estado Islâmico".
A reconquista da cidade é uma grande vitória para os militares iraquianos, que têm o apoio da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. É a segunda grande cidade retomada do "Estado Islâmico" depois da reconquista de Tikrit, em abril.
Os militares iraquianos planejam também a retomada de Mossul, no norte do país, maior centro populacional sob controle do EI. Antes da guerra, a cidade tinha uma população de 2 milhões de habitantes.
A reconquista de Mossul eliminaria a estrutura estatal do EI no Iraque e privaria o grupo de uma importante fonte de recursos, provenientes em parte da exploração de petróleo e em parte da cobrança de taxas e impostos dos residentes.
O "Estado Islâmico" ocupou um terço do território iraquiano em um ataque em junho de 2014 e declarou a criação de um califado para governar sobre todos os muçulmanos do Iraque e da Síria, executando assassinatos em massa e instalando uma forma draconiana do islamismo.
Desde então, a batalha contra o grupo nos dois países passou a envolver a maioria das potências mundiais e locais, frequentemente competindo com aliados em uma complexa guerra civil com múltiplos nuances.
Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos vem travando uma ofensiva aérea contra o grupo nos dois países, mas reconstruir o Exército iraquiano até um ponto em que pudesse recapturar e manter territórios tem sido um dos maiores desafios.