Por Aamna Mohdin – Texto do Quartz
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel
Sabe quem mais odeia o Estado Islâmico (EI), que alega representar todos os muçulmanos? Justamente nações com as maiores populações seguidoras do Islã. os dados são de uma pesquisa recente conduzida pelo Pew Research Center.
Desde o massacre em Paris na última sexta-feira (13), que deixou 129 mortos e feriu mais centenas, muçulmanos ao redor do mundo vêm expressando solidariedade às vítimas ao mesmo tempo em que condenam o Estado Islâmico por cometer mais essa atrocidade. E enquanto alguns comentaristas políticos chamam a comunidade muçulmana a repudiar o EI, na verdade a visão desfavorável do dito “califado” parte espontaneamente e fortemente de nações com maioria de seguidores de Alá.
O Líbano é o país que mais detesta o Estado Islâmico, com 99% dos participantes da pesquisa expressando opinião negativa em relação ao grupo extremista. Israelenses (97%) e jordanianos (94%) seguem logo atrás. nenhum país investigado pelo Pew mostrou mais de 15% de manifestações favoráveis ao EI. Mas os pesquisadores apontam o Paquistão como ponto fora da curva, uma vez que a maioria dos entrevistados não deu opinião definida sobre o assunto.
Quando o Centro pesquisou quais as perspectivas em relação ao ISIS considerando religião, etnia e região, foi revelado que 91% dos israelenses de origem árabe e 92% dos entrevistados na Faixa de Gaza se opunham fortemente ao grupo extremista – 79% dos habitantes da Margem Oeste também.
Não é surpresa que os países que as nações que fazem fronteira com a Síria e o Iraque – Jordânia, Israel, e Líbano, no caso – sejam os que menos aceitam o objetivo do Estado islâmico de criar um “califado” ao longo de toda a região. o Líbano também foi alvo de ataques sangrentos na semana passada perpetrados pelo EI – trata-se do maior episódio de terrorismo desde a guerra civil em 1990.
Na verdade, a grande maioria das vítimas do Estado islâmico foram muçulmanos. O grupo extremista mata seguidores do Islã diariamente por não seguirem sua interpretação perversa da religião. Um relatório das Nações Unidas publicado ano passado detalha os métodos cruéis de execução do ISIS contra outros muçulmanos, incluindo decapitações, crucificações e apedrejamentos.