TC Niller André de Campos
Durante as atividades da F Pac Maré foram utilizadas imagens geradas pelo Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) da Força Aérea Brasileira. A utilização do SARP, em ambiente urbano, garantiu dinamismo do ciclo de tomada de decisão, criando condições para a intervenção oportuna durante as ações planejadas.
Apesar do reduzido tamanho das aeronaves, as operações exigiram procedimentos especiais de operação e controle do espaço aéreo, o que trouxe novos ensinamentos.
Verificou-se, inicialmente, a necessidade de que fossem planejados setores específicos do espaço aéreo destinados para utilização desses veículos. Dessa forma, seria possível sincronizar o emprego dessas aeronaves com o desencadeamento inopinado de missões que exigiam acompanhamento da área de operações.
Contudo, verificou-se que, além da coordenação sobre horário e região de monitoração, houve a necessidade de destacar militares da seção de operações, que serviram como elementos de ligação junto ao operador do SARP.
Esses militares possuíam uma carta codificada com os principais pontos de interesse na área de operações e puderam intervir, diretamente junto ao operador, no momento mais oportuno, em coordenação direta com o EM da F Pac.
Transmissão de sinal UHF pelo equipamento “Olho de Águia” – Área de Silêncio
Durante operações com aeronaves de asas rotativas da aviação do Exército, utilizando câmera para monitoramento da Área de Operações (A Op), conhecida com “olho de águia”, foi verificado que, por várias vezes, o sinal emitido pela aeronave não era bem captado pela antena receptora em terra. Essa antena fornecia as imagens ao Centro de Operações da F Pac.
Ocorre que o equipamento, instalado no helicóptero, emite sinal vertical em forma de cone, criando uma "área de silêncio" abaixo da aeronave.
Desse modo, constatou-se que a antena receptora não pode ser instalada em área muito próxima de onde está sendo empregada a aeronave, mesmo que o local escolhido tenha as características favoráveis para instalação de sítio de antenas.
Após inúmeras tentativas e estudos, constatou-se que o melhor local para instalar a antena receptora seria em um ponto que esteja, pelo menos, a cerca de 3 Km de distância (em linha reta) da provável área onde será utilizada a aeronave, além de estar instalada em posição que possua comandamento sobre a A Op.
Controle de Danos
Durante a Operação São Francisco ocorreram alguns danos colaterais, resultantes das ações da Força de Pacificação (F Pac) Maré, principalmente quando eram utilizadas viaturas blindadas para transporte de tropa.
Esses danos ocorreram devido ao desenho irregular e ao estreitamento das ruas e becos. Em geral, houve danos em calçadas e veículos particulares, dentre outros.
Durante as operações verificou-se a necessidade de dar uma resposta rápida e eficaz para a população, buscando neutralizar a reação negativa das pessoas afetadas.
Para esse fim, foi utilizado o CARTÃO DE CONTROLE DE DANOS, que era entregue ao morador tão logo ocorria o dano. Nesse cartão estavam as informações necessárias para solicitar o ressarcimento e/ou reparação do dano causado.
Em complemento, verificou-se que esse cartão deveria ser numerado e rubricado, evitando-se cópias e falsificações.
Por último, foram levantados procedimentos complementares, que orientavam as ações do militar encarregado, tais como:
– realizar fotos do sinistro no momento da entrega do Cartão; e
– anotar, no canhoto do seu bloco de cartões, os dados cadastrais do evento, do local etc.
Fonte:
Boletim Informativo
Sadla/AD/1ª Sch – Comando de Operações Terrestres