Search
Close this search box.

FT Sistemas desenvolve helicóptero não tripulado para uso civil e militar

Virgínia Silveira


A FT Sistemas, uma das principais referências no Brasil em aeronaves remotamente pilotadas, também conhecidas como veículos aéreos não tripulados (vants) ou drones, desenvolveu um helicóptero não tripulado, capaz de desempenhar missões variadas, desde a inspeção de estruturas terrestres críticas (redes elétricas, oleodutos e gasodutos) ao monitoramento ambiental e de fronteiras a um custo 5% menor que o de um helicóptero convencional.

Homologada como Empresa Estratégica de Defesa (EED), a FT investiu R$ 9,3 milhões no desenvolvimento do veículo, que tem o primeiro voo previsto para o segundo semestre de 2016. O processo de certificação do helicóptero junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) deve ser concluído em 2018.

Batizado de FT-X2, o helicóptero não tripulado tem entre seus parceiros de desenvolvimento a Celesc e o Instituto Nacional de Energia Elétrica (Inerge). "O FT-X2 é indicado para fazer a inspeção das redes mais remotas e com a frequência exigida pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de forma mais eficiente e menos custosa", afirma o presidente da FT, Nei Brasil.

Com apenas dois metros de comprimento e 90 quilos, a aeronave tem capacidade para realizar operações militares embarcadas na Amazônia Azul, combate ao contrabando e tráfico de drogas e aquisição de alvos para sistemas de artilharia. Veículos similares a este, segundo Brasil, já estão sendo utilizados por empresas como a DHL, na Alemanha, para transporte de cargas expressas de pequeno porte e alto valor agregado, como remédios e pedras preciosas.

O FT-X2 tem os rotores (componente que dá sustentação ao voo) na configuração "Flettner", que num helicóptero forma um conjunto de dois rotores, girando em sentidos opostos. Com esse arranjo o helicóptero funciona sem um rotor de cauda, o que resulta em economia de energia. "Os helicópteros equipados com rotores Flettner possuem alta estabilidade e poderosa capacidade de elevação", afirma o presidente. O rotor do FT-X2 é fornecido por uma empresa parceira da Alemanha e o motor por uma companhia inglesa.

No Brasil, segundo o executivo, o FT-X2 também está apto para atender à necessidade que o Exército tem de um aparelho com 60 a 70 quilômetros de alcance, para fazer a vigilância de fronteiras com uma autonomia de até 18 horas.

A FT-Sistemas participa dos principais projetos de vants militares do Brasil e em parceria com o Centro Tecnológico do Exército (Ctex) desenvolveu seus primeiros veículos não tripulados, como o VT-15 e o sistema mini-vant Horus FT-100, que foi exportado para um país da África, no ano passado.

A empresa também é responsável pelo desenvolvimento do sistema de controle de voo, autopiloto e guiamento do Projeto Vant, do Ministério da Defesa, em cooperação com as Forças Armadas Brasileiras.

Com apenas 18 funcionários, a FT é pioneira no Brasil no desenvolvimento de vants. Criada em 2003, dentro de uma incubadora de empresas de base tecnológica ligadas ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a FT prevê receita de R$ 4 milhões este ano, mesmo montante registrado em 2014.

"Com o novo produto esperamos também alavancar as exportações e alcançar faturamento entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões nos próximos dois anos", afirmou. Além do mercado de defesa e segurança, o executivo acredita que os vants fabricados pela empresa poderão atender a grande demanda que existe hoje nas empresas privadas do setor de agribusiness, óleo e gás, monitoramento de rodovias, trânsito e lixões, fiscalização de obras, entre outras.

No último dia 21 a empresa assinou um convênio com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) para o desenvolvimento e pesquisa de aplicação desses equipamentos no manejo agrícola e pecuário. A FT, segundo Brasil, vai disponibilizar sua família de vants para o monitoramento de lavouras de soja e milho, realizando a coleta de dados para pesquisas que auxiliem na redução de custos e aumento de ganhos para o produtor rural.

"O FT-X2 também poderá ser utilizado em agricultura de precisão. Temos uma versão para essa aplicação, com capacidade para carregar 40 litros de produtos para pulverização", afirmou. São culturas onde a aviação agrícola não consegue atuar, explicou o executivo.

Compartilhar:

Leia também
Últimas Notícias

Inscreva-se na nossa newsletter