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Visita da Presidenta à Suécia renova parceria estratégica, afirma embaixador

A presidenta Dilma Rousseff chega neste sábado (17) a Estocolmo, na Suécia, para visita oficial de dois dias. Para os próximos dias, a agenda de compromissos inclui reuniões com o chefe de Estado, o Rei Carls XVI Gustaf, e com o chefe de Governo, o primeiro-ministro Stefan Löfven. Dilma também terá encontros com empresa?rios brasileiros e suecos, pelo Conselho Empresarial Brasil-Suécia, e discursará na abertura do Seminário Empresarial Brasil-Suécia.

Dilma Rousseff também vai visitar a sede da SAAB, na cidade de Linköping, onde está em curso o processo de fabricacão dos primeiros Gripen NG, adquiridos pelo governo brasileiro.

Para o embaixador do Brasil na Suécia, Marcos Pinta Gama, a visita é oportuna e marca a renovação de uma parceria estratégica entre Brasil e Suécia. “Brasil e Suécia já possuem uma relação extremamente sólida, e nós buscaremos aprofundar através da visita tão importante da presidenta porque ela vai permitir justamente a intensificação de uma série de projetos.

E nós estamos discutindo com a Suécia um grande número de parcerias em áreas como o meio ambiente, a cooperação em mudança do clima, a cooperação em transportes, energia, área de inovação. Há grandes possibilidades de trabalho conjunto entre os dois países“, avalia.

O Brasil foi convidado pelo primeiro-ministro sueco para integrar o Grupo de Alto Nível para apoiar a implementacão da Agenda 2030, do qual também fazem parte África do Sul, Alemanha, Colômbia, Índia, Libéria, Suécia, Tanzânia, Timor Leste e Tunísia. O convite foi feito durante a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, realizada no mês passado em Nova Iorque.

“Na área política, Brasil e Suécia também já trabalham, cooperam fortemente nas Nações Unidas, em temas os mais variados, como desarmamento, Direitos Humanos e defesa da democracia”, destaca o diplomata. 

Para Marcos Pinta Gama, o projeto de construção dos novos caças da Força Aérea Brasileira fortalece ainda mais as relações entre Brasil e Suécia. “Nosso relacionamento é extremamente diversificado: quase 250 empresas suecas estão instaladas no Brasil, algumas há quase 100 anos, como a Ericson, a SKF. E, portanto, a presença da Suécia na economia brasileira é uma presença muito forte, muito significativa, gerando quase 60 mil empregos, gerando pesquisa e desenvolvimento também, no Brasil”, afirma.

Ao fecharem o acordo para comprar 36 aeronaves Gripen NG para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB), Brasil e Suécia abriram caminho para selar novos acordos bilaterais e comerciais, afirmou o diretor de Departamento Europa do Itamaraty, embaixador Oswaldo Biato.

“O governo sueco ficou muito contente com as negociações da assinatura do acordo dos aviões Gripen pelo Brasil. Com base nessa decisão, querem muito construir uma cooperação muito mais ampla na área comercial, tecnológica, científica e também na área educacional”, comentou. De acordo com o embaixador, atualmente a Suécia é o único país europeu que tem interesse no etanol proveniente da cana-de-açúcar.

Presidenta encontra brasileiros do projeto de caças Gripen na Suécia¹

A presidente brasileira Dilma Rousseff está na Suécia desde domingo (18) para uma viagem de dois dias. A visita tem como objetivo dinamizar as relações bilaterais entre os dois países, e um dos pontos altos da estadia é a visita a empresa Saab, de quem Brasília comprou 36 aeronaves. A chefe de Estado se encontra com a equipe de brasileiros que está no país europeu participando do programa de transferência de tecnologia ligado à aquisição dos caças.

Atualmente, mais de 200 empresas suecas operam no Brasil e o intercâmbio comercial entre os dois países atingiu US$ 2,1 bilhões no ano passado. As relações entre as duas nações se intensificaram em 2013 com a decisão de Brasília de comprar 36 caças Gripen NG, no contexto do programa F-X2. Por essa razão, um dos pontos altos da passagem de Dilma pela Suécia é a visita a SAAB, construtora dos aviões, onde mais de 40 brasileiros atuam no processo de transferência de tecnologia da aeronave.

Até o final do projeto, cerca de 350 profissionais brasileiros vão passar pela Suécia para absorver informações e competências técnicas. “Nesse primeiro grupo de 46 pessoas, 44 são da Embraer, que está capitaneando o processo de transferência de tecnologia e duas da empresa AEL sistemas, de Porto Alegre.

Elas estão no país para entender como está sendo feita a produção da aeronave e o desenvolvimento de software, na área de aviônica”, explica o coronel-aviador da Força Aérea Brasileira (FAB) Márcio Bonotto, gerente do projeto FX-2, que coordena as operações ligadas ao Gripen. “O objetivo, como essa tecnologia, é poder desenvolver uma aeronave nacional para substituir o caça sueco em 30 ou 40 anos”, projeta. Até 2021 as atividades de produção se desenvolvam na Suécia e, a partir desta data, todas as atividades de desenvolvimento, ensaios em voo e produção já devem ser feitas no Brasil.

O professor do curso de projetos de aeronaves na Escola de Engenharia da USP, em São Carlos, Álvaro Martins Abdala, lembra que a troca de informações foi uma das principais vantagens oferecidas pela Saab na época da negociação. “Os suecos abrirem 100% do conhecimento para nós, e podermos trabalhar com eles, que têm muita experiência em projetos de construção de aeronaves militares”, foi um dos aspectos mais positivos dessa transação, lembra o especialista.

Do ponto de vista estratégico, alguns pontos ligados à Defesa ficam fora do intercâmbio por uma questão de segurança. “Nós temos acordos de governo com a Suécia e uma propriedade intelectual compartilhada no Gripen. Então em relação à aeronave, tudo vai ser compartilhado com o Brasil. Mas tudo que diz respeito à Força Aérea sueca e que esteja no caça é revestido num grau de sigilo no qual nós não teremos acesso”, comenta Bonotto, que garante que as informações confidenciais ligadas a armamentos e segurança do Brasil também não serão acessíveis às equipes da Suécia.


¹ com RFI / Silvano Mendes
* Com informações do Blog do Planalto

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