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Turquia abate drone na fronteira com a Síria

O Exército da Turquia disse nesta sexta-feira (16/10) ter derrubado um veículo não identificado que violou seu espaço aéreo perto da fronteira com a Síria. Tratava-se de um drone cuja nacionalidade ainda não está clara, disse um funcionário do governo turco à agência de notícia Reuters.

Os militares teriam alertado o drone três vezes, que continuou em sua trajetória e foi, então, derrubado. Segundo a emissora NTV, o dispositivo foi abatido após percorrer cerca de três quilômetros dentro do espaço aéreo turco.

Dois jatos russos violaram o espaço aéreo da Turquia neste mês, e Ancara alertou que responderia se as violações continuassem. A Turquia também relatou que aeronaves não identificadas e sistemas de defesa aérea baseados na Síria acossaram seus aviões de guerra.

O Ministério da Defesa russo disse nesta sexta-feira que todos os seus aviões na Síria haviam retornado a suas bases e que todos os seus drones estavam operando de acordo com o planejado.

Um funcionário do governo dos EUA declarou à Reuters que Washington suspeita que o drone abatido seja de origem russa, mas disse que a informação ainda é preliminar e se recusou a dar mais detalhes.

A Turquia apoia a oposição moderada na Síria e discorda fortemente dos bombardeios de Moscou em suporte ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Washington subestima número de civis mortos por drones¹

O governo dos Estados Unidos subestima o número de civis mortos nos ataques de drones americanos contra extremistas islâmicos em diferentes cenários de operações, afirma o site The Intercept.

Em um relatório que tem como título "A máquina de matar", o site investigativo The Intercept publica uma série de documentos secretos que foram repassados por um funcionário do serviço de inteligência americano.

Os documentos mostram, entre outras coisas, que durante a Operação Haymaker – na região nordeste do Afeganistão entre janeiro de 2012 e fevereiro de 2013 -, os ataques com drones das forças especiais americanas mataram mais de 200 pessoas, sendo que apenas 35 eram alvos militares.

Em um período de cinco meses dentro da operação, 90% das pessoas mortas não eram alvos, segundo The Intercept.

Os documentos demonstram ainda que os militares americanos classificaram em suas estatísticas estas vítimas como "inimigos abatidos em combate".

Esta maneira de identificar todas as vítimas masculinas como combatentes, exceto prova em contrário, é "insana", segundo a fonte de inteligência citada pelo site.

"Mas nós nos acostumamos com isto. A comunidade de inteligência, as JSOC (forças especiais americanas que executam as operações), a CIA (que também opera com drones) e todos os que ajudam e apoiam estes programas estão confortáveis com a ideia".

Questionado sobre a investigação do site The Intercept, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que o presidente Barack Obama tenta ser "o mais transparente possível sobre as operações antiterroristas" ao redor do mundo.

A extensa investigação também detalha as engrenagens do processo de tomada de decisões da máquina burocrática antes de um ataque com drones. O site apresenta os 'cards de beisebol' criados pelos profissionais do serviço de inteligência, com base no modelo das figuras trocadas pelos fãs do esporte sobre seus jogadores preferidos.

Uma imagem do objetivo, a ameaça que representa para os Estados Unidos, seus vínculos com outros extremistas: tudo isto combinado com informações operacionais em um expediente que viajará até o gabinete do presidente Obama para que autorize o ataque.

Uma vez iniciado, o processo de autorização pelo presidente leva 58 dias, segundo a investigação.

A autorização tem validade de 60 dias.

¹com AFP

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