Uruguai, Egito, Japão, Senegal e Ucrânia foram eleitos nesta quinta-feira em uma votação sem oposição para ocupar, como membros não permanentes, o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A candidatura do Uruguai foi impulsionada pelo bloco da América Latina e Caribe de maneira consensual. O país substituirá o Chile a partir de 1o. de janeiro para um mandato de dois anos.
Vaga da Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU gera atrito em potencial com Rússia¹
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia já prometeu que o mandato de dois anos de Kiev no Conselho não terá um tom conciliador.
Os 192 membros da Assembleia-Geral elegeram o Egito com 179 votos favoráveis, o Japão com 184, o Senegal com 187, a Ucrânia com 177 e o Uruguai com 185. Nenhum dos cinco teve opositores e substituem Chade, Chile, Jordânia, Lituânia e Nigéria no conselho a partir de 1º de janeiro de 2016.
O conselho é composto de 10 membros eleitos –cinco escolhidos a cada ano– e cinco permanentes com poder de veto: Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia. A entidade é o único organismo da ONU que pode tomar decisões cuja adoção é legalmente obrigatória.
Mais cedo nesta semana, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Pavlo Klimkin, descreveu a abordagem de Kiev para a Rússia como “definitivamente nada conciliatória… o membro permanente do Conselho de Segurança é um agressor na Ucrânia, conduzindo uma guerra híbrida contra a Ucrânia”.
A Rússia anexou a península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia, em março do ano passado, o que deu início a combates entre rebeldes separatistas apoiados por Moscou e tropas do governo ucraniano no leste da Ucrânia. A trégua declarada na região praticamente se manteve durante o mês passado.
Mergulhado em um impasse, o Conselho de Segurança já realizou mais de 30 reuniões sobre a Ucrânia desde a tomada da Crimeia. O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, não quis comentar como Moscou irá interagir com Kiev no conselho.
Outro beco sem saída no organismo tem sido a busca de uma maneira de encerrar os quase cinco anos de guerra civil na Síria. A Rússia, amparada pela China, tem procurado proteger o presidente sírio, Bashar al-Assad, seu aliado, das ações propostas por EUA, Grã-Bretanha, França e outros.
Ainda não está claro como o Egito vai agir no Conselho de Segurança. As relações entre Washington e o Cairo esfriaram, e o governo do ex-general Abdel Fattah al-Sisi vem acenando para Moscou.
¹ Com Agencia Reuters