Júlio Ottoboni
Especial DefesaNet
Apesar do uso do termo “diplomacia econômica”, os Estados Unidos podem causar uma ‘efeito arrastão’ nas empresas do polo aeroespacial e de defesa do Brasil. O consulado norte americano nega a intenção, mas é impossível contrariar o enorme interesse que despertou nas empresas nacionais de irem para outras plagas mais seguras e estáveis.
Diante delas se abriu a possibilidade de atuar num nicho de mercado norte americano com taxas de crescimento de 4% , o que equivale a US$ 240 bilhões. No qual 60% dos produtos aeroespaciais são exportados e entre os investidores estrangeiros do setor, o brasileiro já é o quinto maior.
O NMSDC Conference and Business Opportunity Exchange ocorrerá neste ano no dia 18 de outubro, no centro de convenções de San Diego, na Califórnia, é o principal fórum do país para o desenvolvimento de pequenos fornecedores. Durante quatro dias, mais de 6.000 CEOs, executivos e profissionais de compras e fornecedores das principais empresas multinacionais, bem como líderes de mercado de diversas parte do mundo e organizações internacionais se reunirão em San Diego, Califórnia, para um grande encontro de negócios. Desta vez, as fornecedoras brasileiras do setor aeroespacial e de defesa estarão no encontro.
“A feira será de fato para se entender o ecossistema econômico e de negócios dos EUA. Neste evento teremos o corpo a corpo e poderão debater a entrada no mercado norte americano”, explicou o especialista comercial em promoção de investimentos do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, André Leal.
O governo dos EUA se preparou para capitalizar atenções e recursos, além da vontade de sair de um mercado inseguro, instável e forjado no calote oficial e promessas não cumpridas. Vai ser mostrado o setor aeroespacial e militar nos EUA num workshop desenvolvido pela FAA, uma das agências norte americanas engajadas nesta aproximação com os brasileiros.
O Brasil fará sua parte na diplomacia comercial, evidente. Desta vez, o polo de São José dos Campos receberá nos dias 8 a 10 de dezembro o Aerospace Meetings Brazil 2015. Neste evento inédito no país o principal objetivo é ampliar os negócios entre as indústrias do setor aeroespacial. Segundo a organização, que parte da própria prefeitura da cidade, governada pelo PT e que tem na administração do Parque Tecnológico o ex-ministro Marco Antonio Raupp, são esperadas mais de 250 empresas de 20 países, entre elas Embraer, Boeing, Airbus, SAFRAN, Aernnova e Latecoere.
“Queremos ajudar as pequenas e médias empresas a identificar novos compradores, e as grandes empresas a encontrar novos fornecedores”, sintetizou Stéphane Castet, presidente da BCI Aerospace, uma empresa de eventos de negócios de capital francês e com grande atuação da Europa, Asia e em alguns países da América Latina.
De acordo com a BCI, que já realizou eventos deste tipo na Europa, nos Estados Unidos, na China e no Japão, o Brasil é um mercado estratégico para o setor, com muitas oportunidades de investimentos e novos negócios.
A coordenação do Cluster Aeroespacial Brasileiro, atualmente com 110 empresas associadas, sendo mais de 60 sediadas em São José dos Campos. O Aerospace Meetings permitirá a estas empresas se aproximarem de grandes players globais do setor. Entre as intenções, é tornar a cadeia produtiva mais soberana, pois hoje é extremamente depende da Embraer e tem baixa participação no mercado global.
O evento da BCI é voltado exclusivamente para fabricantes, fornecedores e compradores do setor aeronáutico, o Aerospace Meetings Brazil 2015 será entre os dias 8 e 10 de dezembro em São José. No dia 8, no Parque Tecnológico, e nos dias 9 e 10 no Expo Vale Sul.
O evento terá conferências, workshops e reuniões de negócios. “A iniciativa visa intensificar as relações entre fabricantes e fornecedores. Temos que fortalecer a nossa base. Por isso, espero que seja apenas o primeiro evento de uma série deste tipo no Brasil”, disse Francisco Soares, vice-presidente de Suprimentos e Manufatura da Embraer.
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