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Comando Militar do Sudeste inaugura o Forte Cambuci

Alocução de inauguração do Forte Cambuci


O Forte Cambuci é um aquartelamento constituído por cinco organizações militares: o Hospital Militar de Área de São Paulo, o 3º Centro de Telemática de Área, a 4ª Circunscrição de Serviço Militar, a 2ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, a Comissão Regional de Obras da 2ª Região Militar, a 3ª Companhia de Inteligência e dois edifícios residenciais (Gen Meira Mattos e Ten Amaro).

Cambuci, nome do bairro onde se situa o Forte, é uma árvore frutífera que já foi muito abundante nesta região e que chegou a estar em perigo de extinção, por ser fortemente explorada, em virtude da madeira de excelente qualidade para a fabricação de ferramentas e utensílios básicos, e do desmatamento, em consequência do crescimento urbano da própria cidade. A palavra cambuci é de origem indígena e deve-se à forma de seus frutos, parecidos com os potes de cerâmica que recebiam a mesma designação. Do fruto do cambuci se produzem diversos alimentos, como geleias, sorvetes, mousses, bolos, sucos, licores e maceração em bebidas alcoólicas.

Bairro de formação antiga, o Cambuci foi a entrada da cidade para quem subia a serra e passava pelo Córrego do Lavapés, que tem este nome justamente por ser, na época, onde se lavava os pés, descansava-se por algum tempo e se provia de comida e água os animais de carga, antes de entrar na área urbana. A partir de 1850, formou-se um pequeno núcleo de chácaras e algum comércio em torno da trilha, culminando com a construção da capela de Nossa Senhora de Lourdes, em 1870.

Na Revolta Paulista de 1924, essa igreja foi ocupada pelas forças rebeldes, lideradas pelo General Isidoro Dias Lopes, que tentavam derrubar o Presidente Arthur Bernardes. A capela foi ponto estratégico por situar-se num lugar alto, de onde era possível ver o movimento das tropas na cidade. O Cambuci foi um dos bairros mais afetados pelos combates: as forças legalistas destruíram a torre de ardósia, avariaram o altar e deixaram perfurações nas paredes.

É nesse estratégico bairro que se ergue o Morro da Pólvora, onde se encontrava uma instalação destinada a servir de depósito de pólvora, conhecida como Casa da Pólvora. Nessa localidade, foi cedido um terreno pelo Ministério da Fazenda ao Ministério da Guerra, em 1884, para que nele fosse construído o Hospital Militar de São Paulo.

Com o intuito de proporcionar melhor atendimento médico aos militares do Exército, o General de Divisão Luiz Barbedo, Comandante da 2ª Região Militar, lançou a pedra fundamental do Hospital Militar, em 1918. As novas instalações foram inauguradas em 3 de maio de 1920, com as presenças do Presidente do Estado de São Paulo, Dr. Washington Luís, e dos diretores dos principais hospitais militares e civis da época. O início das obras das atuais instalações começou em 1979, sendo inauguradas somente em dezembro de 1986. A partir de 1° de janeiro de 2010, passou a denominar-se Hospital Militar de Área de São Paulo (HMASP).

Em 6 de setembro de 1977, a então 5ª Inspetoria Seccional de Finanças do Exército foi transferida para novas instalações, situadas no Forte Cambuci e inauguradas em 26 daquele mês, as quais ocupa até hoje com o nome de 2ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército.

Em 31 de agosto de 1981, o Centro de Processamento de Dados nº 2 ocupou suas instalações no aquartelamento do Forte Cambuci, na atual sede do Centro. Recebeu posteriormente as denominações de Centro de Informática nº 2, 3º Centro de Comunicações e Telemática de Área e, finalmente, 3º Centro de Telemática de Área.

A 25 de maio de 1988, uma comissão nomeada pelo Comando da 2ª Região Militar (2ª RM) fez a entrega à 4ª Circunscrição de Serviço Militar (4ª CSM), das benfeitorias e instalações do imóvel SP-02-0117, das antigas instalações da Seção de Inativos e Pensionistas da 2ª RM, nesta localidade, passando a 4ª CSM a ter responsabilidade administrativa sobre o referido imóvel a partir daquela data.

Em 1º de outubro de 1965, a então Comissão Especial de Obras de Barueri passou a denominar-se Comissão Especial de Obras/2 (CEO/2), subordinada à 2ª RM e vinculada tecnicamente à Diretoria de Obras Militares. A CEO/2 foi extinta em 31 de dezembro de 1995. Em 11 de setembro de 1998, foi reativada com o nome de Comissão Regional de Obras/2. Passou a ocupar as suas atuais instalações no Forte em 5 de agosto de 2003.

A criação das Companhias de Inteligência foi aprovada pela Portaria Ministerial Reservada nº 81, de 7 de novembro de 1995. Naquele mesmo ano, a 3ª Companhia de Inteligência ocupou uma instalação pertencente ao HMASP, tendo por missão prestar apoio operacional de inteligência ao Comando Militar do Sudeste (CMSE).

Forte Cambuci! Seu nome representa uma árvore de madeira forte, útil e de bons frutos. Que seja, portanto, sempre forte como a madeira da árvore que lhe empresta o nome. Que a sua existência seja sempre de grande utilidade para o Comando Militar do Sudeste. E que os frutos desse trabalho possam ser aproveitados por muitos e muitos anos, para o engrandecimento do CMSE, do nosso Exército e do Brasil.

 

Forte Cambuci, São Paulo, 27 de maio de 2015.

 

General de Exército João Camilo Pires de Campos
Comandante Militar do Sudeste

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