Ana Brito
publico.pt
Fez em Fevereiro o primeiro voo, mas continua a ser um work in progress. O avião KC 390, o maior alguma vez desenvolvido pela brasileira Embraer, já usou 300 mil horas de engenharia do CEIIA. Segundo um comunicado do centro português de engenharia e inovação sedeado na Maia, a meta das 300 mil horas foi atingida esta sexta-feira.
O CEIIA, que tem uma equipe de mais de 150 engenheiros aeronáuticos e aeroespaciais a trabalhar a partir de Portugal no programa de desenvolvimento da nova aeronave de transporte multiusos, foi seleccionado directamente como fornecedor pela empresa brasileira, terceira maior construtora aeronáutica mundial, em 2010.
A engenharia portuguesa é responsável por três módulos do KC 390: o sponson (carnagem e portas do trem de aterragem), o leme de profundidade e a fuselagem central. Uma missão que começa no desenho preliminar e detalhe das estruturas e só termina com o apoio ao processo de certificação da aeronave pelas autoridades e reguladores oficiais, refere o comunicado do CEIIA, que é o maior empregador de engenheiros aeronáuticos e aeroespaciais em Portugal.
Em Fevereiro, o KC 390 realizou o seu primeiro voo, na cidade de Gavião Peixoto, no estado de São Paulo. A operação do jacto de transporte militar e reabastecimento em voo durou cerca de uma hora e 25 minutos e foi concluída com sucesso, conforme revelou então a Embraer, em comunicado.
O CEIIA tem neste momento unidades de I&D em Portugal e no Brasil onde, através de uma parceria estratégica com a eléctrica Itaipu, tem participado em projectos relacionados com a mobilidade eléctrica (sistema Mobi.me) em cidades como Curitiba, Brasília, Campinas, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro.
Na aeronáutica, além de fornecedor certificado da Embraer, o centro português de engenharia é também fornecedor da AgustaWestland, o segundo maior construtor de helicópteros do mundo, e participa no programa de desenvolvimento do novo Falcon SMS da Dassault, em parceria com a Daher-Socata.
Recentemente, apresentou um modelo de aeronave não tripulada (UAV), o UAS30, com “várias aplicações”, que já foi “testado com sucesso em operações de monitorização de linhas de alta tensão de energia eléctrica e destinado a comercialização em vários países e mercados”, adianta o comunicado.