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Brasil–França – Jaques Wagner- uma visita Tensa

 
A visita oficial do Ministro da Defesa Jaques Wagner à França foi de intensa atividade nos três dias programados.

Na parte industrial dos vários programas em curso com a França os resultados são positivos. Inclusive com novas propostas apresentadas como a da AIRBUS Group.

Em um ano de ajuste fiscal no Brasil, a visita do ministro teve o objetivo de “garantir a manutenção dos contratos em vigor”, como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), mas também renegociar prazos de entrega.

Foi o caso dos Programa H-XBR, que prevê a entrega às Forças Armadas de um total de 50 helicópteros, dos quais 15 já foram concluídos. “O contrato previa a entrega de 13 aparelhos ao ano, mas em função da questão orçamentária, renegociamos este número para sete, com um fluxo de caixa menor. Desta maneira, o prazo de encerramento foi esticado por dois anos”, disse o ministro

Área Espacial

Brasile França poderão debutar uma nova parceria na área espacial, em uma cooperação para fabricação defoguetes de pequeno porte para lançamentos de satélites a partir da base de Alcântara, no Maranhão. A proposta foi feita por dirigentes daAirbus ao ministro da Defesa,Jaques Wagner, em um café da manhã realizado na terça-feira na capital francesa.

A ideia é fabricar foguetes no Brasil, em uma joint venture com aEmbraer, em uma estratégia comercial para entrar no mercado de foguetes de pequeno porte. A iniciativa integraria um acordo de cooperação entre os governos brasileiro e francês.

 “A Airbus prospectou esta possibilidade de pequenos lançadores fabricados no Brasil para satélites que são muito demandados, como os satélites de observação. Eles demonstraram um verdadeiro interesse, e querem fazer via a Embraer. Mas como nenhum acerto desses se faz somente entre empresas, o guarda-chuva é o acordo de cooperação Brasil-França”, explicou o ministro em entrevista a jornalistas brasileiros em Paris.

Os foguetes fabricados no Brasil teriam até 700 quilos, lançados a uma altura de cerca de 800 metros, contra as 6 toneladas e e os 36 mil quilomêtros de alura dos equipamentos de grande porte. A Airbus acredita que há um enorme potencial de mercado para estes foguetes, e citou o exemplo do Chile, que está há dois anos sem conseguir lançar um satélite por falta de foguetes disponíveis. A ideia seria lançar de seis a oito foguetes por ano.

Wagner ressaltou que esta parceria tem um desenho bem diferente do acordo estabelecido com a Ucrânia, que previa o lançamento de foguetes ucranianos lançados a partir do Brasil – sem transferência de tecnologia –, prestes a ser cancelado após os dois países já terem desembolsado cerca de R$ 1 bilhão. “Ainda não formalizamos o rompimento do acordo com a Ucrânia, mas o caminho é esse.

Por tudo o que está envolvido, inclusive a geopolítica na região, e o que vinha sendo demonstrado, ele não tem prosperidade. Este outra proposta feita agora pela França prevê o uso da estrutura brasileira, o que seria um grande ganho para nós”, defendeu o ministro.

O próximo passo será a realização de reuniões em nível ministerial para estudar a viabilidade técnica e comercial do acordo. Uma vez dado o sinal verde, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e a Airbus criariam um grupo de trabalho conjunto para detalhar a proposta.

Super Tucanos

Wagner também sondou sobre o eventual interesse francês pela compra de aviões Super Tucano brasileiros: “A França lançou uma licitação mais ampla, para compra de aeronaves e num pacote que envolve a formação e o treinamento de pilotos. Vim fazer o guarda-chuva institucional. Vamos ver se a EMBRAER se habilita, depende de formar uma parceria com uma empresa europeia, pré-condição da licitação”.
 

Agenda da Visita Oficial do Ministro Jaques Wagner à França – 11 a 13 Maio 2015

Segunda-Feira 11 Maio

Deslocamento à Cherbourg e Cannes

– Manhã  –  DCNS – Estaleiro de Cherbourg

– Tarde –  Cannes – Thales Alenia Space (TAS)
 
Terça-feira, dia 12 Maio Todas as reuniões em Paris

Manhã com reuniões:

– Airbus Defence and Space

– GIFAS (Grupo de indústrias Francesas Aeronáuticas e Espaciais) e Airbus Helicopters

– THALES

– DCI

– MBDA

– Almoço na SAFRAN e visita às instalações industriais da Morpho

Tarde
 

– DGA
 
Quarta-feira, dia 13/5:

– Café da manhã de trabalho com o Ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian
 
-11h20, partida de Paris


Submarinos

Em Cherbourg na planta da empresa DCNS que é parceira da ODEBRECHT Defesa e Tecnologia no Programa de Obtenção do Submarino (PROSUB). O Programa prevê a construção de um estaleiro, e base naval em Itaguaí (RJ) e mais a produção de quatro unidades de submarinos convencionais Classe Scorpène e a ajuda na engenharia do desenvolvimento de submarino com propulsão nuclear. O apoio e transferência de tecnologia não inclui a parte nuclear.

“Tive a satisfação e o orgulho de ver as equipes de engenheiros brasileiros e franceses trabalhando em conjunto”, afirmou o Ministro Jaques Wagner..

Satélites

Na visita a Thales Alenia Space, em Cannes, no sul da França, onde está sendo produzido o  Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), em construção conjunta com a VISIONA (EMBRAER), soube que  está com o seu cronograma adiantado em um mês. O ministro Jaques Wagner  destacou que, com isso, será possível assegurar o lançamento do satélite para setembro de 2016.
 
Brasil – França

Na manhã de quarta-feira o ministro Wagner reuniu-se com o seu colega francês Jean-Yves Le Drian. A reunião foi no “Hôtel de Brienne” sede do Ministério da Defesa Francês.

O Ministro Jaques Wagner foi recebido com honras de chefe de estado, passou em revista às tropas e assinou o livro de ouro de personalidades ilustres. Com essa reunião, o ministro encerra sua visita oficial à França e retorna ao Brasil.

Se pela parte francesa com suas indústrias e o próprio governo Hollande mostraram-se cooperativos para aprimorar parcerias estratégicas, porém o espectro é sinistro.

O contexto não é dos melhores, dado o ajuste fiscal que está sendo promovido pelo governo, cujos cortes no orçamento da Defesa ainda não foram definidos, e pairam como uma espada de Dâmocles sobre “TODOS” os programas estratégicos com a França.

O espectro é tanto pelo futuro, mas em especial pelos calotes impostos no passado e presente.

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