No dia 09 Maio, desfilaram, 85.000 militares em 26 cidades emtoda a Rússia pela comemorações dos 70 anos do aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica. E outras solenidades em 150 cidades russas.
Em Moscou foram mais de 16.000 militares, incluindo representantes de outros países como China, Bielorússia e Índia.
A parte motorizada foi aberta pelos icônicos blindados T-34-85 e SU-100.Pela primeira vez as Forças Armadas da Russia apresentaram o obuseiro autopropulsado Koalitsiya-SV, Yars ICBM, Kornet-D antitank missil, carro de combateT-14 Armata, Kurganets-25 IFV, BMD-4M e outros blindados.
O histórico desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, marcou o 70º aniversário da vitória soviética sobre as tropas nazistas do chanceler alemão Adolf Hitler e enviou uma mensagem de força ao Ocidente.
Ao lado dos colegas socialistas Xi Jinping (China), Raúl Castro (Cuba) e Nicolás Maduro (Venezuela), o presidente russo, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos de tentarem criar um “mundo unipolar” e de ignorarem princípios básicos da cooperação internacional. “Nós temos testemunhado tentativas de organização de um mundo unipolar. Nós podemos ver como o pensamento de um bloco baseado na força tem ganhado poder. Tudo isso está minando o desenvolvimento internacional estável”, alertou.
Ele aconselhou os EUA e a Europa a não se esquecer de que “as ideias de supremacia raciais deflagraram o conflito mais sangrento da história”. Além de lembrar os sacrifícios do Exército Vermelho, o mandatário agradeceu “ao povo do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos pela contribuição com a vitória”.
As comemorações em Moscou coincidem com a tensão separatista na Ucrânia, provocada pela anexação da Península da Crimeia pela Rússia. Em Kiev, o líder ucraniano, Petro Poroshenko, respondeu às acusações de Putin de que seu governo seria fascista. “É óbvio que ele faz isso com um único objetivo: justificar a agressão russa contra a Ucrânia.”
Durante o evento em Moscou, Putin segurou a fotografia do pai, Vladimir, veterano da Segunda Guerra, e causou surpresa ao unir-se à procissão de 250 mil russos que ostentavam retratos de familiares. “Meu pai, como milhões de soldados comuns — e ele era um simples soldado —, tinha todo o direito de atravessar a praça”, lembrou.
Para o presidente, o defile “sinaliza a confiança em nós mesmos, em nossa força e no futuro feliz de nossas crianças”. Analistas consultados pelo Correio interpretam o desfile como uma tentativa do Kremlin de reforçar o apoio interno e o antiamericanismo.
Chefe do Programa de Política Doméstica Russa do Carnegie Endowment for International Peace (em Moscou), Lilia Shevtsova admite que as tradicionais festividades de 9 de maio foram espetaculares este ano. “O Kremlin tem demonstrado que tenta encontrar nova legitimidade.
No momento em que o país se move rumo à crise econômica, Putin decidiu retornar ao velho padrão — a ‘Fortaleza Sitiada’, a busca pelo inimigo e o militarismo”, afirma. “Tal padrão tem sabor antiamericano.” Ela alerta que o drama está no fato de que a Segunda Guerra foi privatizada pela elite dominante e usada como meio de sobrevivência do regime.
Dmitri Trenin, diretor do Carnegie Moscow Center, não se surpreendeu com a retórica de Putin. “O presidente já havia falado sobre o mundo dominado pelos EUA. Agora, ele se foca em consolidar o ‘não Ocidente’, com os BRICS (bloco formado por Rússia, Índia, China, África do Sul e Brasil) como um poderoso fator de mudança da ordem global.”
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