Guido Fontegalant Pessotti, 82 anos, faleceu na manhã de hoje, 2 de abril de 2015, no hospital Santos Dumont, em São José dos Campos, onde estava internado há vários dias. Guido nasceu em Piracicaba, interior do Estado de São Paulo, e em 1960 graduou-se em Engenharia Aeronáutica, na especialidade Aeronaves, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Foi da equipe fundadora da Embraer e chegou a assumir a presidência da empresa depois da saída do interventor do governo Collor na empresa, João Cunha, no final dos anos 80.
Trabalhou no desenvolvimento e fabricação do rebocador Panelinha e do planador de alto desempenho Urupema, no ITA, e do monomotor para emprego agrícola Ipanema e do bimotor turboélice Bandeirante, no Departamento de Aeronaves (PAR), do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD), do então Centro Técnico da Aeronáutica (CTA), hoje Diretoria de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
Ao deixar a Embraer, em julho de 1991, passou dez anos no exterior, dando assessoria a diversas empresas nas áreas de Engenharia e Projeto Aeronáutico. Na Coreia do Sul, trabalhou no desenvolvimento do monomotor turboélice de treinamento militar KT-1 e do jato supersônico leve para treinamento e combate KT-2, ambos posteriormente produzidos em série pela Korea Aerospace Industries Ltd.
Depois passou pela Turquia, onde criou o escritório de projeto da Turkish Aerospace Industries, onde concebeu um avião para emprego agrícola e dois jatos de transporte com capacidades, respectivamente, para 19 e 30 passageiros.
Nesta etapa internacional esteve ainda na Alemanha, quando fez parte da equipe que converteu o bimotor turboélice de passageiros Dornier 328 à motorização turbofan e participou do desenvolvimento do jato de transporte de 70 assentos Fairchild-Dornier 728, cujo programa foi abandonado após a empresa falir em abril de 2002.
Guido Pessotti é reconhecido como um dos grandes projetistas aeronáuticos brasileiros. Além de sua atividade de projetista, destacou-se como piloto de planadores, tendo sido campeão brasileiro na categoria e também o primeiro piloto de planadores no Brasil a conquistar o Brevê de Ouro com Três Diamantes.
Em 1974 recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Santos Dumont, concedida pelo Ministério da Aeronáutica por destacados serviços prestados à Força Aérea Brasileira e, em 1986, o título de Eminente Engenheiro do Ano, do Instituto de Engenharia do Estado de São Paulo.
Guido deixa a esposa, quatro filhos, genro nora e seis netos..
Texto feito a partir de informações do jornalista Mário Vinagre