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Almirante chinês abre o jogo sobre novo porta-aviões

Por Shannon Tiezzi – texto do The Diplomat
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel


A mídia chinesa está em polvorosa com o relatório (originalmente divulgado pelo Hong Kong Commercial Daily) que confirma a construção de um segundo porta-aviões para o país – o primeiro de fabricação inteiramente internacional a integrar a frota. Ainda que já houvesse diversos rumores sobre a construção de um companheiro para o Liaoning, o relatório mais recente difere das informações iniciais em alguns aspectos: primeiro, ele cita diretamente oficiais da Marinha do Exército de Libertação Popular como fontes, todos confirmando os trabalhos no navio. Segundo, o documento especifica que capacidades no novo porta-aviões serão incrementadas em relação ao Liaoning.

Comecemos pelas fontes: o almirante Liu Xiaojiang, ex-comissário político da Marinha do ELP, o vice-almirante Ding Haichun, um vice-comissãrio político e o contra-almirante Ma Weiming, especialista em “propulsão naval e engenharia eletrônica” (frequentemente lembrado por suas contribuições àtecnologia militar chinesa). Conforme apontam relatos nos meios de comunicação chineses, o relatório do Hong Kong Commercial Daily marca a primeira vez em que oficiais da Marinha reconhecem publicamente a construção do segundo navio-aeródromo, mesmo os boatos circulando já havia anos. Relatos anteriores que confirmavam os trabalhos desapareceram rapidamente da Internet.

No que se refere a novas tecnologias, o contra-almirante Ma disse que a China testou novos sistemas de lançamento “várias vezes”, e que todos esses testes aconteceram sem problemas. Ma comentou sobre “avanços” em um sistema de catapultagem eletromagnética para as aeronaves no novo porta-aviões. A nova tecnologia distinguiria o navio do Liaoning, que usa o sistema mais antiaquado de “ski jump”. Esses saltos no desenvolvimento da catapulta podem resultar em “um aumento enorme” no raio de voo e capacidade de carga dos aviões embarcados, explica o contra-almirante. Com essa tecnologia, diz ele, a China estará no mesmo nível ou mesmo à frente dos Estados Unidos.

Porém, o contra-almirante não confirmou se a nova tecnologia já seria usada no navio atualmente em construção. O almirante Liu declarou que o segundo navio-aeródromo “certamente” teria avançoes em relação ao Liaoning, mas se recusou a especificar em que áreas, dizendo apenas que o processo de construção é “extremamente complicado”.

Nenhum dos oficiais consultados deu estimativas de quando os trabalhos no porta-aviões seriam concluídos, mas o almirante Liu descartou informações da mídia internacional de que o navio poderia estar pronto ainda este ano. Segundo ele, essas informações são totalmente não-confiáveis, e enfatizou que “o fluxo de produção do setor industrial é muito complexo”.

O almirante também foi reservado quanto ao total de porta-aviões que a China deve produzir, e reconheceu que no passados foram feitos vários palpites, chegando até mesmo a se cogitar cinco ou seis navios. Liu declarou que, em sua opinião, Pequim precisaria de pelo menos três embarcações – assim, a qualquer momento o país poderia ter um navio em patrulha, um em manutenção e outro sendo usado para treinamento. Mas “quanto mais [porta-aviões], melhor”, disse, uma vez que haja recursos para tanto.

Liu acrescentou que não espera que o Liaoning participle de missões em águas azuis pelo menos pelos próximos dois ou três anos. Segundo o almirante, a China precisa de mais prática, tecnologias mais amadurecidas e mais aeronaves de caça antes de conduzir missões em alto-mar. Ele também enfatizou que o país precisa treinar mais aviadores navais à medida que os porta-aviçoes se tornam uma realidade na estratégia nacional.

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