Nelson During
Editor-chefe DefesaNet
Fotos e video da Agência FARS
A Guarda Revolucionária do Irã (Islamic Revolution Guards Corps – IRGC) está realizando manobras de grande vulto, em amplo espectro: defesa aérea, terrestre e naval perto do estreito de Hormuz, ponto estratégico militar, desde a quarta-feira (25FEV15).
Esta manobra ocorrre menos de dois meses após as Manobras Mohammad Rasoulallah (PBUH), que foram realizadas em Dezembro de 2014.
Naquela manobra foram empregadas tropas convencionais das Forças Armadas da República Islâmica do Irã. (para a descrição veja IRÃ – Manobras Mohammad Rasoulallah -PBUH).
Nesta quarta-feira (25FEV15), uma cinematográfica ação assimétrica com o lançamento de várias ondas de ataques, equipadas com mísseis, com lanchas explosivas contra um gigantesco alvo que simulava um porta-aviões americano.
A demonstração de força, foi exibida em rede nacional, e ocorreu semanas antes de um encontro entre o Irã, Estados Unidos e outras cinco potências. A reunião pretende firmar um acordo histórico a respeito do programa nuclear iraniano até junho.
As manobras, chamadas de Payambar-e Azam 9 (Grande Profeta 9), ocorreram em uma importante rota marítima por onde passa um quinto do petróleo mundial, o Estreito de Hormuz. O Exército iraniano realizou exercícios similares no local em dezembro do ano passado.
O Comandante da Guarda Revolucionária, General Mohammad Ali Jafari, disse que as manobras passam uma mensagem da força do Irã para "potências extraterritoriais", em referência aos Estados Unidos.
O porta-voz da Marinha Naval norte-americana em Bahrein, disse que o exercício não causou mudanças no tráfego marítimo. "Temos muita confiança na capacidade de defesa da nossa Marinha Naval. Parece que os iranianos querem destruir o equivalente a um set de Hollywood", comentou.
Em um discurso na cidade de Qom, nesta quarta-feira, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, pediu para que todas as sanções impostas ao país sejam extintas depois que se chegue a um acordo nuclear definitivo.
O ATAQUE
O modelo quase em tamanho real de um super porta-aviões nuclear americano foi atacado pela Islamic Revolution Guards Corps (IRGC) em um ataque direto com mísseis com mísseis e ações assimétricas pela Marinha da Guarda Revolucionária do Irã, na grande manobra Payambar-e Azam 9 (Grande Profeta 9), no Golfo Pérsico e no Estreito de Hormuz.
O “porta-aviões” foi destruído por ataques de mísseis de cruzeiro e ao menos dois mísseis balísticos foram lançados e dezenas de foguetes disparados por membros da Marinha da Guarda Revolucionária do Irã em mais de uma centena de embarcações de alta velocidade.
Foram lançados os mísseis balísticos Fateh 110 e Zelzal sobre alvos em uma ilha distante a 270 km da área do exercício.
Durante os primeiros momentos da segunda fase da manobra, drones inimigos foram destruídos por mísseis Misaq (similar ao IGLA) e artilharia em mais de 100 botes de alta-velocidade.
As manobras começaram após o Comandante da Guarda Revolucionária do Irã Major General Mohammad Ali Jafari dar a ordem e também na presence de oficiais da Guarda Revolucionária e do governo.
A minagem foi amplamente exercitada por embarcações da Marinha da Guarda Revolucionária no Golfo Pérsico e Estreito de Hormuz. Dezenas de navios da Marinha da Guarda Revolucionária exercitaram operações de minagem em curto periodo de tempo.
O Comandante da Marinha da Guarda Revolucionária Contra-Almirante Ali Fadavi descreveu a capacidade do Irã e lancer campos minados como "a maior preocupação aos americanos". "Nós temos os mais avançados Sistemas de minas navais os quais não podem ser imaginados pelos Americanos," afirmou o CA Fadavi.
A capacidade naval do Irã tem sido reconhecida até pelos americanos como uma força que consegue exercer ações assimétricas em grande escala contra forças navais opositoras, inclusive de maior capcidade.
Desde Novembro de 2008, a Marinha do Irã realize ações anti-pirataria no Golfo de Aden e no Estreito de Bab el-Mendeb para proteger os navios mercantes e petroleiros do país contra atos de pirataria.
ANÁLISE
Os porta-aviões tornaram-se o símbolo da "projeção de poder nacional" após a Segunda Guerra Mundial. Ocupou o lugar dos encouraçados no passado.
Os americanos chamam carinhosamente os porta-aviões: “100.000 toneladas de diplomacia”. O símbolo do poder também é o alvo principal de qualquer possível inimigo.
Os americanos reconhecem isto e em inúmeros jogos de guerra e exercícios de Estado-Maior, o Almirantado americano tem sempre como ponto central a segurança e os possíveis ameaças e ataques que podem sofrer os porta-aviões.
Um Carrier Strike Group (formação de combate), é flexível mas tem geralmente uma formação similar a esta:
– 1 Porta-aviões (CVN);
– 1 ou 2 Cruzadores para Defesa Aérea e ataque de mísseis Balísticos ou de cruzeiro (CG);
– 2 a 5 Naves de Escolta (destroyers ou fragatas) para proteção contra ameaças assimétricas e luta antisubmarina, e,
– 1 a 2 submarinos nucleares de ataque (SSN) para inteligência e proteção contra submarinos inimigos
Atualmente a US Navy tem 10 porta-aviões nucleares.
Portanto tem de ser um golpe de sorte para conseguir uma surpresa tática e iniciar um ataque com chance de sucesso. O sonho de ter um novo USS Cole de grandes proporções é remoto.
A US Navy realizou extensos testes com o CV-66 USS America, em um SINKEX (Sinking Exercise), em 2005, com o emprego de várias cargas explosivas e armas. O porta-aviões de 84.000 toneladas, foi afundado na costa da Carolina do Norte.
A justificativa era de verificar e dar “inputs” a nova geração de porta-aviões a serem construídos no projeto CVN-21. Já lançado o CVN 78 Gerald R Ford, e previstos o CVN-79 John F Kennedy e o CVN-80 Enterprise até 2023.
Porém, o teste realizado, cinco anos pós o atentado terrorista ao USS Cole, em 2000, no porto de Aden, matando 17 marinheiros e ferindo 39, dá a clara percepção que era avaliação de riscos às novas ameaças assimétricas.
Matéria Relacionada