O presidente russo, Vladimir Putin, representa um "perigo real e presente" para a Estônia, Letônia e Lituânia, e a Otan se prepara para repelir qualquer agressão possível, disse o secretário de Defesa britânico, Michael Fallon, nesta quinta-feira.
De acordo com os jornais Times e Daily Telegraph, Fallon declarou que Putin poderia lançar uma campanha de táticas encobertas para tentar desestabilizar as três ex-repúblicas soviéticas, que agora integram o flanco oriental da Otan.
"Estou preocupado com Putin", afirmou Fallon, dizendo que seria "um perigo muito real e presente" se a Rússia buscar reproduzir nos Estados bálticos as táticas usadas para causar confusão no leste da Ucrânia e na Crimeia.
"Estou preocupado com a sua pressão sobre os países bálticos, a maneira como ele está testando a Otan. A Otan tem de estar pronta para qualquer tipo de agressão da Rússia, seja qual for. A Otan está se preparando", afirmou.
Fallon fez seus comentários depois de o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pedir que forças de paz da ONU sejam enviadas para monitorar um cessar-fogo no leste da Ucrânia, uma proposta que rebeldes pró-Rússia disseram que violaria o acordo de paz.
No início deste mês Fallon declarou que a Grã-Bretanha iria enviar novamente este ano quatro caças Typhoon para ajudar a Otan no policiamento aéreo dos Estados Bálticos, prometendo que cerca de 1.000 soldados britânicos também se juntariam a uma força de reação rápida da Otan.
O ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Linas Linkevicius, afirmou que a Rússia representa uma ameaça para toda a região, incluindo a Moldávia, que na quarta-feira escolheu um empresário pró-europeu como primeiro-ministro.
"A Rússia está se comportando de forma agressiva agora enquanto falamos", disse Linkevicius à rádio BBC. "Eu realmente vejo ameaças para todos os países… Eu não deveria dizer apenas para os Estados bálticos, mas também no que diz respeito aos outros. E a Otan tem de responder e estar pronta para essas novas ameaças."
A Otan irá reagir a qualquer ameaça à integridade territorial de seu país, disse ele. "Se não formos capazes de reagir adequadamente ao que está acontecendo na Ucrânia, haverá uma grande tentação (para a Rússia) de instigar ainda mais situações em outro lugar e, em seguida, vamos enfrentar um problema maior", declarou Linkevicius. "Ao agir tarde demais, fazendo muito pouco … estamos contribuindo para a escalada do conflito."