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A Legião Estrangeira Jihadista

Chegada de novos Jihadistas à Síria se intensifica apesar de esforços para combater EI Graças a um ritmo de chegadas "sem precedentes" de apoiadores, agências de Inteligência calculam que no total 20 mil combatentes estrangeiros, sendo 3.400 de países ocidentais, se uniram a jihadistas no Iraque e na Síria.

Segundo o Centro Nacional Antiterrorismo dos Estados Unidos (NCTC, na sigla em inglês), a taxa de jihadistas estrangeiros é muito maior do que a daqueles que se juntaram às guerras em Afeganistão, Paquistão, Iraque, Iêmen ou qualquer outro lugar nos últimos 20 anos.

Dos EUA, pelo menos 150 cidadãos tentaram ou conseguiram alcançar a zona de guerra na Síria ou no Iraque. E o pior: é difícil rastreá-los, principalmente na Síria, onde a embaixada americana está fechada. – As tendências são claras e preocupantes.

Os campos de batalha no Iraque e na Síria proporcionam a combatentes estrangeiros experiência de combate, armas e treinamento com explosivos e o acesso a redes terroristas que possam estar planejando ataques dirigidos contra o Ocidente – disse Nicolas Rasmussen, diretor do NCTC.

Um dos grandes problemas, reconhecido pelas autoridades, é rastrear americanos e europeus que entraram na Síria, onde o grupo Estado Islâmico é a força dominante que tenta derrubar o governo do presidente Bashar Assad.

– Uma vez na Síria, é muito difícil de decifrar o que acontece lá – disse Michael Steinbach, diretor assistente do FBI contra o terrorismo. O general reformado John Allen, enviado americano na coalizão contra o EI, afirmou ainda que a ameaça de jihadistas estrangeiros ou de radicalizados que planejam ataques em seus próprios países vem crescendo – e que o grupo extremista já deixou claro que seu objetivo é atacar esses locais. – A questão é o que os governos podem fazer para se defender.

'EI será derrotado', diz obama

Na Turquia, acusada de relaxar o controle de suas fronteiras a extremistas que querem se unir ao Estado Islâmico na vizinha Síria, forças de segurança prenderam ontem um turco e 13 estrangeiros que buscavam cruzar a fronteira.

Os 14 suspeitos foram presos em Oguzeli, numa operação durante a noite. Desde o ano passado, mais de 8 mil estrangeiros foram proibidos de entrar no país.

O anúncio das cifras alarmantes de combatentes estrangeiros aconteceu no mesmo dia em que o presidente americano, Barack Obama, solicitou formalmente ao Congresso que apoie seu combate ao grupo, sem limites geográficos, mas excluindo o uso de forças terrestres.

Se a declaração de guerra for aprovada pelos parlamentares, Obama seria autorizado a continuar a luta contra o EI sobre uma base legal mais sólida, ao mesmo tempo em que teria uma cobertura legal no âmbito doméstico.

As intensas negociações com os legisladores americanos nos últimos dias acabaram obrigando a Casa Branca a limitar os poderes do presidente para mobilizar militares, tanto no que diz respeito as suas modalidades quanto ao seu alcance.

Segundo o documento, a solicitação "não autoriza o uso das Forças Armadas (…) em operações de combate terrestres". – O projeto que enviamos hoje não é uma autorização para uma nova guerra terrestre.

Nossa coalizão está atacando e vai vencer. O Estado Islâmico está na defensiva e irá ser derrotado. – disse Obama após pedir o apoio.

– Quando lidamos com o EI há apenas uma opção: a força destrutiva. Mas estou convencido de que os EUA não devem ser arrastados para outra guerra no Oriente Médio.

A aprovação da Autorização para o Uso de Força Militar (AUFM) significaria um aumento da pressão sobre o EI – que atualmente controla zonas da Síria e do Iraque – num momento em que o governo iraquiano prepara uma grande ofensiva terrestre em um prazo de meses.

Em uma carta aos legisladores, Obama declarou que a concessão de mais poderes para conduzir a guerra contra o EI "mostraria ao mundo que estamos unidos na determinação" para derrotar os jihadistas.

A resolução também daria fim à AUFM de 2002 que deu origem à Guerra do Iraque. Obama retirou as tropas americanas do Iraque em 2011, mas a autorização militar permanece em vigor.

Na prática, o texto não exclui operações de forças especiais, mas impede uma invasão terrestre. A autorização do uso da força militar também deverá ser concluída três anos depois da promulgação da resolução, a menos que seja autorizada novamente.

Ressaltando que "as leis existentes lhe davam a autoridade que precisava", Obama reiterou que queria trabalhar com o Congresso para obter apoio bipartidário. Ontem, o senador republicano Bob Corker, que lidera a comissão de Relações Exteriores do Senado, afirmou que "rapidamente realizará audiências rigorosas" sobre a autorização.

– Não consigo pensar em nenhuma maneira melhor para o Congresso se unir a mim no apoio à segurança de nossa nação do que ao promulgar esta legislação – relembrou o presidente.

Após o anúncio, o republicano John Boehner, presidente da câmara com quem Obama costuma ter claras divergências, disse que o Congresso não deve limitar as opções.

– Se nós vamos autorizar o uso da força militar, o presidente deve ter todas as ferramentas necessárias para vencer a luta em que estamos – disse Boehner.

Já Adam Schiff, democrata representante da Comissão de Inteligência da Câmara, disse temer que a proposta do presidente não estabeleça limites geográficos para a campanha militar e que a definição de forças é muito elástica.

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