A Rússia culpou o governo ucraniano, nesta segunda-feira, por um aumento da violência no sudeste da Ucrânia, e pediu ao Ocidente que não demonstre seu apoio a Kiev com ações como a imposição de novas sanções contra Moscou.
Separatistas pró-Moscou, apoiados pelo que a Otan diz ser uma participação aberta de tropas russas, lançaram uma ofensiva no leste e sudeste da Ucrânia, e Kiev disse no sábado que 30 civis foram mortos nos bombardeios à cidade de Mariupol.
A Rússia nega o envio de armas e tropas para ajudar os rebeldes, e o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que os separatistas estão respondendo a ataques das forças ucranianas.
"Nós vemos tentativas de descarrilar o processo de paz e tentativas mais uma e outra vez da liderança de Kiev de resolver o problema pelo uso da força para sufocar o sudeste. Essas tentativas não levam a lugar algum", disse Lavrov em entrevista coletiva.
"Esperamos que nossos parceiros ocidentais… não façam nada que dê às autoridades de Kiev a impressão de que suas ações automaticamente vão receber apoio no Ocidente", acrescentou.
O chanceler russo pediu ao Ocidente que não amplie a campanha anti-Rússia, e disse que seria ingênuo acreditar que os separatistas aceitariam ser atacados pelas forças do governo sem responder.
Segundo Lavrov, os rebeldes começaram ações para "eliminar as posições de onde as Forças Armadas ucranianas têm bombardeado com armas pesadas áreas povoadas".
Sete soldados ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas, diz porta-voz
Sete militares ucranianos foram mortos e 24 ficaram feridos em confrontos com separatistas no leste do país nas últimas 24 horas, disse o porta-voz das Forças Armadas da Ucrânia Vladislav Seleznyov nesta segunda-feira.
Os combates no leste da Ucrânia estão no pior nível desde que um cessar-fogo fora acertado em setembro.
Os rebeldes lançaram uma ofensiva sobre a cidade portuária de Mariupol e prometeram cercar a cidade de Debaltseve, onde os confrontos são mais intensos, de acordo com Seleznyov.
Chanceler russo diz que Moscou está pronta para solução pacífica no leste da Ucrânia
O ministro de relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou ao secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, neste domingo que Moscou está pronta para fazer tudo que puder para encorajar uma solução pacífica para ambos os lados do conflito no leste da Ucrânia.
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que os dois tiveram uma conversa por telefone neste domingo, na qual Kerry propôs ampliar o grupo de atores internacionais que tenta uma solução pacífica entre Kiev e os rebeldes nas regiões de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia.
"Lavrov ressaltou a prontidão da Rússia em fazer tudo em seu poder para encorajar as partes em direção a uma solução pacífica", afirma o comunicado.
O texto acrescenta que "qualquer resultado real só poderá ser alcançado por meio de diálogo direto entre Donetsk e Luhansk, que Kiev está evitando por todos os meios, claramente montando um caminho para uma supressão militar no sudeste da Ucrânia".