Fortalecer o adestramento das tropas para assegurar a soberania da região amazônica. Esta é a missão da Operação Machifaro 2014, iniciativa do Exército Brasileiro que começa nesta segunda-feira (10) e prossegue até o dia 14. O exercício acontece nas cidades de Manaus, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro (todas no AM) e Caracaraí (RR). Ao todo, 550 homens da Força Terrestre serão empregados na atividade.
O diretor do exercício é o comandante militar da Amazônia, general Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. Segundo ele, a ação vai possibilitar a “consolidação de uma doutrina de combate na selva”. Além disso, de acordo com o comandante, “a operação proporcionará subsídios para o aperfeiçoamento da estratégia de resistência na localidade”.
A Machifaro é uma remodelagem da antiga Operação Ajuricada, que teve sua última edição em 2004. O treinamento consiste na simulação de invasão de território por tropas com efetivo superior ao das Forças Armadas brasileiras.
A Amazônia é prioridade das Forças Armadas, já que está no contexto de ameaças potenciais ao país devido à existência de riquezas minerais e grande biodiversidade. Ademais, detém a maior reserva de água doce do planeta.
Durante cinco dias, serão realizadas simulações de infiltração aeromóvel, logística de resistência, emboscadas, comunicações sigilosas e ações de inquietação contra o oponente. Entre os equipamentos empregados estão embarcações militares, helicópteros, aeronaves civis e sistemas de comunicação via satélite.
Os participantes da missão estão nos preparativos para o exercício desde a última terça-feira (4). O efetivo é composto por homens de quartéis de Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Tefé (todas no AM), além de Boa Vista (RR) e Porto Velho (RO).
Histórico
Machifaro é a região conhecida entre os rios Tefé e Coari. A escolha pelo nome é uma referência à história das ações militares na constituição da Amazônia Portuguesa. O conquistador Diogo Nunes, entre 1553 e 1554, testemunhou a ação dos nativos de Machifaro, que dificultavam a travessia dos hispânicos no território.
Embora mais numerosos, os guerreiros não conseguiram impedir a passagem dos espanhóis. Com isso, Nunes entrou e saiu da localidade em meio a intensas batalhas contra esses nativos e com expressiva quantidade de baixas.