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The Editor
por Vianney Júnior
Analista de Defesa e Aeroespaço
Editor-chefe de Avaliação de Aeronaves
@jrvianney
Já há algum tempo que o público mais atento deparou-se com o nosso conceito TTC, ou Tech x Timing x Cost, aplicado mais especificamente à indústria e ao mercado aeronáutico. Tal conceito, que não deve ser confundido com tradicionais binômios ou trinômios do “economês”, é útil para as análises estratégicas tanto de produção como de aquisição de aeronaves civis e militares.
Ao sobrepor no mesmo gráfico, notas atribuídas à tecnologia embarcada, escala de tempo aplicada ao longo do ciclo de vida (da seleção do projeto até sua obsolescência), e o valor do custo diluído e ponderado no decorrer do processo, alguém não familiar com o conceito (já exposto em nossas análises, palestras e fóruns), poderia por dedução imediata dizer tratar-se de uma visão tridimensional.
No entanto, todos esses eixos são plotados em uma matriz complexa, cuja visão espacial tem como ambiente uma componente básica intangível, a “expectatibilidade” do mercado. Daí, a crença do mercado, civil ou militar, na praticabilidade da entrada em serviço de um novo conceito tecnológico – capaz de gerar uma vantagem competitiva, seja ela comercial ou militar, a um custo suportável e proporcionalmente compatível ao se avaliar uma escala de preços de tecnologias mais antigas – modela de forma cada vez mais forte o conceito TTC.
Um mundo entre gerações
Embora a tentativa de estabelecer uma clara definição de “geração” desperte palpitantes discussões, é inegável que a adoção de recentes avanços no campo do design (como novos perfis/geometria de asas; composição e revestimento de estruturas, etc.), da aviônica (propiciando uma melhor consciência situacional), dos motores (mais confiáveis e com maior disponibilidade), e dos sistemas (incluindo radares, FLIRs, entre outros), resultaram na produção de aeronaves com melhor desempenho, maior segurança, maior economia, maior durabilidade e capacidade de sobrevivência em ambientes hostis.
Tais ganhos, sejam no ambiente civil, sejam no militar, traduzem-se pelo melhor custo-benefício ao longo do ciclo de vida de um ativo que demanda um investimento tão alto. Portanto, faz todo o sentido apostar em soluções que conjuguem bem todas essas nuances.
Assim vem o KC-390. Parte, de prancheta, como uma solução adequada às novas demandas, equilibrando bem o risco-retorno sempre envolvido em uma nova aeronave. Ao combinar tecnologias de última geração, porém com confiabilidade já comprovada, em perfeita consonância à “expectatibilidade” de mercado vigente, eleva consideravelmente suas chances de atingir o sucesso comercial ao longo das próximas duas décadas.
Uma frota mundial envelhecida
O KC-390, com entrada em serviço prevista para 2016, mira numa fatia de mercado promissora. Seu concorrente direto pode ser exatamente a razão mais provável de seu sucesso. O Lockheed Martin C-130 Hércules é um campeão de vendas. Operado por mais de 70 países, representa hoje uma frota de aproximadamente 2.400 unidades, cuja maior parcela encontra-se em avançado processo de envelhecimento.
A aeronave multimissão da Embraer surge então como substituto natural. Mesmo ante as novas versões do Hércules, o KC-390 leva vantagem, uma vez que incorpora as mais modernas tecnologias para esta categoria de aeronaves, a partir de seu projeto original, e com um desempenho aerodinâmico superior, baseado em um design dos mais modernos, diferentemente de qualquer atualização que possa ser aplicada aos C-130, um projeto originado na década de 40.
Se concretizadas as estimativas da empresa brasileira, o KC-390 atingirá a marca de mais de cem unidades produzidas na primeira década, a maioria para substituir os C-130 Hércules.
Material relacionado
O Ciclo dos Hangouts sobre o KC-390 detalhou o projeto tecnicamente de forma magistral pelos participantes: Brigadeiro Crepaldi, Presidente da COPAC, Cel Carneiro Gerente do Projeto KC-390, COPAC, e Paulo Gastão, Diretor do Programa KC-390, EMBRAER Defesa & Segurança.
Também a fundamental participação do Brig Major-brigadeiro Antônio Carlos Egito do Amaral, Comandante da Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), que levou à edição do Decreto Lei Decreto Nº 8.265, de 11 de junho de 2014
Os links das transcrições integrais e dos vídeos seguem:
KC-390 E O SALTO QUALITATIVO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA BRASILEIRA – Participação FAB I
a – Transcrição Link
b – Vídeo Link
KC-390 E O SALTO QUALITATIVO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA BRASILEIRA – Participação EMBRAER Defesa & Segurança II
a – Transcrição Link
b– Video Link
Leia também Exclusivo – Entrevista com Paulo Gastão, Diretor do Programa KC-390 – DefesaNet Link
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