A Marinha sueca entrou nesta segunda-feira (20/10) no quarto dia de buscas por um suposto submarino russo, avistado na sexta-feira passada por um fotógrafo amador nas águas do Báltico, perto de Estocolmo. A operação, que se intensificou, já é a maior do tipo no país desde o fim da Guerra Fria.
As especulações quanto à origem da embarcação aumentaram no fim de semana, com relatos na imprensa sueca afirmando que poderia se tratar de um submarino russo, hipótese negada pela própria Marinha da Suécia e por Moscou.
O jornal Svenska Dagbladet noticiou que a Suécia interceptou duas mensagens de rádio em idioma russo, enviadas na quinta e na sexta-feira, para uma base naval no enclave russo de Kalinigrado, no mar Báltico. O submarino russo estaria preso debaixo d'água por alguma emergência.
Um oficial do ministério russo da Defesa em Moscou afirmou que o sinal teria sido confundido com o de um submarino holandês, que realizou uma missão de treinamento na mesma região na semana passada. Segundo o Kremlin, não há embarcações russas na costa sueca.
No entanto, uma porta-voz do ministério da Defesa da Holanda afirmou que a embarcação não poderia ser de seu país, e garantiu que todos os submarinos que participaram do exercício militar em águas suecas na semana anterior já teriam retornado à Estônia na última sexta-feira.
Buscas num raio de 50km
Uma fotografia datada da manhã de domingo mostrou um objeto suspeito pouco antes que este submergisse, afirmou o comandante da Marinha sueca, Anders Grenstad. Ele não confirmou ou negou que as buscas seriam por um submarino russo avariado que teria enviado sinais de emergência.
O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, lembrou que exercícios militares estão sendo realizados no Báltico. Nesta segunda-feira, as buscas já compreendiam uma área de 50 quilômetros quadrados.
"Há um aumento nas atividades militares tanto por parte da Rússia quanto da Otan", afirmou. "Não há razões para preocupações exageradas, mas é óbvio que estamos cientes do que acontece no mar Báltico."
Enquanto as buscas são ampliadas, as autoridades alertaram os moradores para que fosse mantida uma distância de no mínimo 10 quilômetros do local das operações. Desde o início das atividades, mais de 200 homens, dezenas embarcações e helicópteros militares vasculham as águas em torno das ilhas próximas da capital sueca.
"Não se trata de uma caça a um submarino, mas sim uma operação de inteligência em progresso", afirmou Loefven.
O número de embarcações militares no mar Báltico cresceu para níveis que não eram vistos desde a Guerra Fria. Devido à crise ucraniana, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deslocou forças para a área, e Moscou intensificou os exercícios militares em suas fronteiras.