Velocidades que podem superar os 1.600 quilômetros por hora e combates que podem variar de 5 a 12 quilômetros de altura envolvendo mísseis com dezenas de quilômetros de alcance. Essa é a descrição da maioria das missões realizada no exercício Salitre 2014, realizada no deserto do Atacama, norte do Chile, até a próxima sexta-feira (17/10). A FAB participa com um avião de reabastecimento em voo KC-130 e quatro caças F-5EM.
A missão dos brasileiros é proteger o ataque de aeronaves a alvos terrestres. Mas para isso precisam enfrentam caças F-16 da Força Aérea do Chile, em um combate simulado que envolve o uso intenso de radares, armamentos inteligentes e sistemas de transmissão de dados (datalink).
Os F-16 chilenos que desempenham o papel de força oponente estão baseados em Iquique, a 400 quilômetros ao norte de Antofagasta, onde estão os F-5 do Brasil e do Chile, os A-37 do Uruguai, os A-4 da Argentina e os F-16 dos Estados Unidos e do Chile. Para caças que voam acima de mil quilômetros por hora, a distância é pequena: após as decolagens, os combates começam 15 minutos depois.
"Nós estamos treinando de igual para igual com essas forças aéreas", diz o Major-Aviador Marco Aurélio Soares, do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa). Segundo ele, após a modernização, os F-5 brasileiros passaram a ter sistemas e armamentos de última geração. "Nós temos que aplicar mais que nunca todas as técnicas e táticas que treinamos para poder fazer com que o oponente simulado se defenda e não consiga nos ameaçar", explica.
Equipados com o radar Grifo, os F-5EM participam da Salitre 2014 com sistemas para simular o disparo de mísseis Python 4, guiado por calor e usado para combate a curtas distâncias, e Derby, equipado com radar e utilizado para atingir alvos a até 50 quilômetros de distância. O reabastecimento em voo é utilizado também para ampliar o tempo de combate durante as missões.
Com experiência de já ter participado dos exercícios CRUZEX de 2002, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e 2013, além da Red Flag de 2008, nos Estados Unidos, o Major Soares está na Salitre pela primeira vez para repassar seus conhecimentos para pilotos brasileiros mais jovens. "Muito do que eu sou hoje como piloto eu devo a essas experiências", resume.