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Turquia nega acordo com Estados Unidos para acesso a bases aéreas

Um dia após um alto funcionário da Defesa dos Estados Unidos ter dito que a Turquia concedeu acesso às suas bases aéreas para o combate ao grupo extremista "Estado Islâmico" (EI), Ancara desmentiu o acordo nesta segunda-feira (13/10). Um oficial do governo turco, sob condição de anonimato, disse à agencia de notícias AFP que os dois países ainda estão negociando. Entre as bases, está a de Incirlik, uma instalação-chave perto da fronteira com a Síria.

Em meio à crescente pressão internacional sobre a Turquia, para que o país intervenha e defenda Kobane – cidade fronteiriça na Síria, de maioria curda – a medida chegou a ser saudada pelo secretário-geral de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, no último domingo. Segundo seu porta-voz, Hagel agradeceu à Turquia por sua "disposição para contribuir com os esforços da coalizão [internacional]", numa conversa ao telefone com o ministro da Defesa turco, Ismet Yilmaz.

No início deste mês, o Parlamento da Turquia deu luz verde para que o governo do país agisse militarmente contra o EI na Síria e no Iraque, mas o Exército ainda não foi empregado.

Diante das crescentes críticas à não intervenção de Ancara em Kobane, os EUA anunciaram na última sexta-feira "progresso" na pressão sobre a Turquia para participar da luta contra o grupo extremista.

Na conversa com Yilmaz, Hagel também destacou a disponibilidade da Turquia para treinar membros moderados da oposição síria.

"Ambos os líderes enfatizaram a necessidade de continuar com uma abordagem estratégica e abrangente diante da ameaça representada pelo EI e outros grupos extremistas", disse o Pentágono em comunicado. "Ambos também concordaram que o regime de Bashar al-Assad [líder da Síria], através de da própria brutalidade, promoveu a crise atual."

Bases no Oriente Médio

Há muito tempo a Força Aérea dos Estados Unidos usa a base de Incirlik, no sul da Turquia, onde o país tem 1.500 soldados. Mas, até agora, os aviões americanos para bombardeamento estavam decolando das bases de Al-Dhafra (Emirados Árabes Unidos), Ali al-Salem (Kuwait) e Al-Udeid (Catar), no qual está também o centro operacional aéreo dos Estados Unidos, que cobre 20 países da região.

Desde o ano passado, há também aviões americanos F-16 estacionados na Jordânia, e o Pentágono tem acordos com Omã para a utilização das bases militares. Os Estados Unidos também podem usar a base de Diego Garcia, um território britânico no Oceano Índico, para os seus aviões B-52, B-1 e B-2.

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