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Treze Anos do 11 de setembro e o terrorismo se alastra

André Luís Woloszyn
Analista de assuntos estratégicos


Passados treze anos dos atentados terroristas que atingiram os EUA em uma década marcada por invasões militares e operações de inteligência, em larga escala, nas regiões da Ásia e Oriente Médio, observamos que o cenário de insegurança global pouco se modificou, embora todos os esforços para conter o terrorismo de cunho extremista.

Assistimos, o recrudescimento das violações aos direitos humanos com o horror das prisões de Guantánamo e Abu Ghraib, execuções sumárias realizadas por veículos aéreos não tripulados, a perda da privacidade nas comunicações da web, resultado das ações de monitoramento promovidas pela Agência Nacional de Segurança (NSA), sem nenhuma efetividade.

E agora, por outro lado, assistimos a decapitações, mortes, estupros e tortura em massa de prisioneiros feitos pelo EIIL, que acabaram reproduzindo o mesmo comportamento dos norte-americanos quando ocupavam o Iraque.

Atualmente, o panorama mundial apresenta-se muito mais vulnerável do que na época da Al Qaeda e de Osama Bin Laden, aliás, o maior incentivador da criação de um Estado Islâmico. E a tendência, é de que se deteriore rapidamente. Parte desta conjuntura, é fruto da inabilidade das forças de coalizão de conterem o avanço do radicalismo islâmico, um erro de avaliação imperdoável face aos milhões de dólares gastos neste objetivo.

O resultado desta inabilidade é visível, com consequências desastrosas tanto para árabes como para ocidentais. A ameaça de um estado islâmico no Iraque é concreta, da mesma forma que a extrema violência dos integrantes do EIIL, um grupo de insurgentes treinados pelos EUA para combaterem a Al Qaeda e que hoje, comparados a esta, a reduz a uma escola primária de terroristas.

Em pouco mais de um ano, Iraque e Síria produziram cerca de cinco milhões de refugiados, em números oficiais da ONU e milhares de mortos e feridos. Por enquanto, as avaliações internacionais em relação a perspectivas deste conflito são desanimadoras.

Estima-se que serão necessários muitos bilhões de dólares para conter o avanço do Exército Islâmico, inclusive em países da região africana, com um alto preço em vidas humanas.

Os EUA, já trabalham com esta percepção e neste sentido, busca uma força de coalizão com a participação de países árabes também ameaçados pois não deseja assumir sozinho o ônus de uma nova escalada de violência.

Sabe-se, no entanto, que haverá uma nova estratégia de guerra, provavelmente sem grandes efetivos militares, substituídos pelas novas tecnologias e baseada em bombardeios aéreos com a intensificação do uso de drones.

Outro ponto que vale destacar é o recrutamento de cidadãos ocidentais pelos jihadistas, situação que pode adquirir contornos inesperados, caso decidam entrar em ação, abrindo uma frente interna neste já tão complexo e conturbado front.

Osama Bin Laden deve estar sorrindo do fundo do oceano índico, orgulhoso do legado de radicalismo e intolerância que deixou. E os norte-americanos, arrependidos de terem invadido o Iraque, que transformou- se em um verdadeiro inferno, difícil de ser controlado.

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