A Embraer fechou contrato com a empresa espanhola de engenharia e construção Sener para a fabricação do novo cargueiro militar KC-390, uma alternativa ao Hércules produzido pela americana Lockheed Martin.
A Sener fornecerá um sistema especial para facilitar a montagem de grandes peças móveis do KC-390, informou nesta terça-feira a companhia espanhola em comunicado.
"Esse sistema automatizado, desenhado e fabricado pela Sener, permite montar as peças repetidamente com grande qualidade e precisão. E pode ser utilizado pela Embraer tanto na fabricação como na manuteção dos aviões", disse a empresa em nota.
O cargueiro KC-390, projetado pela Embraer, tem maior capacidade que o Hércules C-130, fabricado pela Lockheed Martin há várias décadas.
Dezenas de aviões da empresa americana chegarão ao fim de suas vidas utéis nos próximos oito anos.
Um estudo de viabilidade da Embraer identificou 700 aviões de transporte militar em 77 países com "validade" próxima de terminar ou que precisam de modernização.
A empresa brasileira pretende aproveitar esse nicho de mercado com a oferta do novo cargueiro.
A Sener destacou que este é seu primeiro contrato com a companhia aeronáutica brasileira desde que se instalou em 2010 no Brasil, com escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo, que contam com 300 profissionais.
"É um importante passo para a Sener no Brasil, pois é o primeiro (contrato) que a companhia assina com o terceiro fabricante mundial de aviões civis", afirmou o diretor do Departamento de Aeronáutica e Veículos da empresa espanhola, Iñigo Gurrea, citado no comunicado.
"O contrato com a Embraer representa um marco no Brasil para a Sener, que já estava presente em setores como os de infraestrutura civil e plantas industriais, e também no âmbito naval graças à implantação de seu sistema Foran, mas ainda não havia entrado no segmento aeroespacial", disse o diretor geral da Sener no Brasil, Guido Casanova.
A Sener também tem contratos com a Petrobras e com a empreiteira Odebrecht, além de ter participado de projetos como a construção da Arena Corinthians e da linha 4 do metrô de São Paulo.