Durante os cinco dias do evento – realizado entre 02 e 06 de setembro – os representantes de quase 100 empresas nacionais tiveram oportunidade de expor seus equipamentos e de conhecer novas oportunidades de negócios, já que o encontro reuniu delegações de países como França, Colômbia, Angola, Tanzânia e África do Sul, além de adidos militares de diversos países.
Com a programação paralela da feira, os empresários também puderam participar de palestras, workshops e seminários, nos quais eles receberam orientações de como valorizar seus produtos e também conheceram outros nichos de mercado a serem explorados.
O principal destaque dessa programação foi a palestra com representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre suas missões de paz. De acordo com o com chefe do Departamento de Catalogação da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod) do Ministério da Defesa, almirante Wagner Zamith, foi grande o interesse dos participantes em conhecer os detalhes do processo licitatório da ONU para aquisição de equipamentos a serem usados numa missão de paz.
“A participação da ONU abriu um novo campo de oportunidades para que as nossas empresas possam se cadastrar e vender produtos para tropas em operações de manutenção de paz”, disse Zamith. “Essas operações envolvem necessidades de toda ordem que poderão ser atendidas com a capacidade da nossa indústria de defesa”, explicou o almirante.
Segundo Zamith, nessas operações existe demanda por diversos tipos de produtos, como uniformes, alimentação para tropa, armamentos, veículos, blindados, entre outros. “Um grupo bem expressivo da nossa indústria passou a conhecer melhor as possibilidades de nós entrarmos nesse segmento”, afirmou o almirante.
Além das oportunidades de ampliar o mercado de exportações, também foram apresentados os projetos estratégicos das Forças Armadas com informações importantes para a indústria de Defesa.
“A inovação e o investimento em tecnologia estão no DNA das empresas do setor de defesa. A Mostra BID Brasil foi uma oportunidade ímpar para mostrarmos ao mundo o nosso nível de desenvolvimento tecnológico. E, também, para realização de negócios para o setor”, afirmou o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Ricardo Santana.
Lançamentos e novos negócios
A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) lançou durante o evento o transceptor portátil TPP-1400, um equipamento desenvolvido para atender as necessidades de comunicações seguras de pequenas equipes em operações militares, policiais, de bombeiros, da Defesa Civil e de segurança patrimonial privada.
O equipamento inova ao transmitir ruídos por meio da condução óssea (dos ossos do crâneo), de modo que o ouvido e a boca ficam livres, tornando o equipamento compatível com equipamentos como máscaras contra gases, balaclavas, capacetes, entre outros.
“Nesta edição da Mostra, recebemos mais visitantes do que no ano passado, principalmente estrangeiros. Foi uma oportunidade de conquistarmos novos clientes e, também, de termos contato com possíveis parceiros fornecedores”, comentou Celestino Kenyu Kanegusuku, chefe do Departamento Comercial da Imbel.
Também a IACIT, empresa que trabalha com soluções tecnológicas para automação e controle, gestão de tráfego aéreo e meteorologia, reportou excelentes perspectivas em função da participação no evento. “Recebemos visitantes da Índia, da Turquia, da França, da Tunísia e da Colômbia, interessados em comprar nossos produtos ou desenvolver parcerias”, afirmou João Paulo Maia Ishida, gerente de novos negócios da empresa.
A Avionics, fabricante de aviônicos e simuladores de voo, conquistou bons contatos durante o evento, principalmente com compradores da África e da América do Sul. “A exportação hoje já representa 70% do nosso faturamento e tem garantido nosso crescimento. Estamos no projeto da Apex-Brasil/Abimde há cinco anos, com ótimos resultados”, comentou João Batista Vernini, diretor da empresa.
Já a Novaer, empresa de São José dos Campos (SP), apresentou o protótipo de um novo avião que tem uso civil e militar e agrega tecnologia de ponta, desenvolvida nacionalmente, em todos os seus componentes.
A aeronave será fabricada em dois modelos, uma versão para treinamento militar, com dois lugares, e uma para transporte de passageiros e pequenas cargas, com quatro lugares. O objetivo da empresa é atuar nos mercados civis e militares do Brasil e dos Estados Unidos, país que tem uma grande malha aérea.
O evento foi realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pela ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), com apoio do Ministério da Defesa.
Fotos: Jorge Cardoso e PH Freitas /Ministério da Defesa