Uma falha no sistema de comunicações entre aviões e controladores de voo provocou ontem um caos aéreo na Argentina. Todos os voos dos três aeroportos da região metropolitana da capital, Buenos Aires, foram cancelados.
As falhas começaram por volta das 13h. As torres de controle dos três aeroportos perderam contato por meio de rádio com todos os aviões comerciais.
Não foram registrados acidentes porque todas as aeronaves possuem sistemas de rádio e radar, que alertam para colisões.
No entanto, a coordenação simultânea de pousos e decolagens de dezenas de voos se tornou impossível sem o sistema em terra.
Segundo a Administração Nacional de Aviação Civil, a Anac da Argentina, os aeroportos fechados foram o Ezeiza, o maior da capital argentina -de onde partem os voos internacionais-, o Aeroparque, responsável por voos locais, e o San Fernando, que lida com o tráfego de aeronaves privadas.
O sistema de comunicações deixou de funcionar após panes no computador central e no computador reserva do Centro de Controle Aéreo argentino. Elas desabilitaram as três frequências de rádio do sistema.
Ao menos 125 voos que partiriam dos três aeroportos ou chegariam a eles foram afetados pela pane.
Os aviões que se dirigiam para os aeroportos afetados tiveram de ser desviados para outros aeroportos argentinos e para Montevidéu, no Uruguai. A presidente Cristina Kirchner teve que cancelar um compromisso na província de Salto. Os três aeroportos ficaram lotados de passageiros à espera de informações. "Milhares de pessoas foram afetadas", disse o diretor da Anac argentina, Fernando Jantus.
VOOS DO BRASIL
Segundo a Aeropuertos Argentinos 2000, a empresa que gere os aeroportos da Argentina, dez voos vindos do Brasil foram cancelados.
Seis deles deveriam ter partido do aeroporto de Guarulhos."Remarcaram o voo para as 8h de amanhã [hoje], mas disseram que não podiam garantir nada. Com isso, estamos perdendo um dia de férias", disseram os brasileiros Miguel e Marina Lotito.
Pelo menos 13 voos deixaram de decolar com destino a cidades brasileiras. Ontem à noite, a situação começou a se normalizar, e os primeiros aviões partiram de Ezeiza.
Colaborou VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO