O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) confirmou nesta quinta-feira (28/08) haver executado cerca de 250 soldados sírios capturados na província de Raqqa, no nordeste do país. Um vídeo divulgado na internet mostra diversas fileiras de cadáveres de homens quase nus, enquanto outros corpos eram empilhados.
"É, nós executamos todos eles", disse um militante do EI à agência de notícias Reuters, comentando as imagens. Antes, o Observatório Sírio de Direitos Humanos divulgara que os extremistas haveriam executado "dezenas" de soldados sírios, empregando facas e armas de fogo.
Num segundo vídeo, também divulgado nesta quinta-feira, veem-se pelo menos 135 homens seminus sendo forçados a atravessar o deserto a pé. Alguns cobrem a cabeça com as mãos, enquanto militantes armados gritam à sua volta.
Segundo o Observatório Sírio, sediado na Inglaterra, trata-se de soldados sírios. Eles estariam fugindo de Raqqa em direção ao território controlado pelo governo, no oeste da Síria. Três dias atrás, o EI tomou o aeroporto militar Al Tabqa, último bastião de Damasco na região controlada pelos fundamentalistas.
Fotos divulgadas na internet mostram o assassinato de sete soldados. A autenticidade e origem das imagens não pôde ser comprovada. A imprensa estatal síria noticiou, de fato, sobre o ataque à base militar Al Tabqa, mas sem registrar perdas do lado das tropas governamentais.
Na quarta-feira, uma comissão das Nações Unidas acusou o EI de cometer crimes contra a humanidade na Síria. Antes, a organização condenara de maneira semelhante o procedimento dos jihadistas no Iraque.
Segundo a ONU, execuções, amputações, açoitamentos públicos e crucifixões encenadas estão se tornando mais frequentes nas regiões da Síria sob controle dos militantes sunitas. Nos últimos meses, eles fizeram conquistas territoriais significativas, em sua campanha para estabelecer um "califado" no norte do Iraque e na Síria.