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SJC – Oposição investiga aliciamento de empresa


Matéria atualizada 02 Setembro 2014
Inclusão Nota Oficial AKAER
O editor

Julio Ottoboni
Especial para DefesaNet

A questão do acordo a ser assinado por São José dos Campos em apoio a criação do polo aeronáutica e de defesa de São Bernardo do Campo, ambos os municípios governados pelo PT, está longe de um final e de explicações esclarecedoras. Na última semana o vereador Juvenil Silvério (PSDB) entrou com um requerimento que solicita à prefeitura um posicionamento mais transparente sobre o processo, que foi suspenso a exato um mês, sem motivos aparentes pelo prefeito de São José, Carlinhos Almeida, que alegou problemas de agenda após ter oficializado e divulgado a data do evento.

O vereador oposicionista apresentou na última sessão de câmara uma reportagem  do jornal da região do ABC, na qual o secretário de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia de São José, Sebastião Cavali, dizia da possibilidade de empresas locais se instalarem em São Bernardo. A entrevista foi concedida em maio deste ano, porém afirmando algo sempre contestado na cidade, que poderia haver evasão de empresas e mão de obra locais.

 “O objetivo do acordo é unir esforços para fortalecer a indústria de defesa. As fábricas de São José possuem grande conhecimento e já produziram  para diversos projetos das Forças Armadas Brasileiras. As empresas podem fazer parcerias, associações ou até implantar unidades em São Bernardo”, afirmou Cavali na entrevista concedida na prefeitura de São Bernardo ao jornal ABCD Maior.

Outro ponto de questionamento a prefeitura pelo vereador é quanto o aliciamento de empresas do polo do Vale do Paraíba pelo prefeito de São Bernardo e ex-ministro do governo Lula, Luiz Marinho. Há suspeitas que ele tem usado a empresa Akaer, criada em São José para convencer as empresas a seguirem para o cluster do ABC.

A Akaer  teve parte de seu capital recentemente adquirido pela SAAB e é a principal parceira de São Bernardo para o desenvolvimento e construção do jato Gripen. A companhia tem um status especial conferido por Marinho dentro do programa F-X2. Inclusive a direção da empresa já se pronunciou favorável ao acordo.

“A Akaer avalia que as iniciativas dos municípios de São José dos Campos e São Bernardo do Campo vão ao encontro das necessidades da Base Industrial de Defesa na medida em que abrem espaços para novos negócios e investimentos em ambos os polos de tecnologia”, disse César Augusto da Silva, presidente da empresa.

Nota DefesaNet – Referente à citação acima da empresa AKAER a redação de DefesaNet recebeu e publicou Nota Oficial de empresa – ver AKAER – Nota Oficial Link

As declarações só atiçaram ainda mais especulações e os comentários sobre o possível desmonte de parte do polo aeroespacial de São José pelos reforços que o governo federal já se comprometeu a dar à São Bernardo na produção do caça. Entre eles a possibilidade da construção de uma aeroporto internacional, dotado de uma ampla estrutura para a indústria aeronáutica e de defesa. Algo solicitado por São José dos Campos e nunca atendido.

 “Temos indícios fortíssimos e o prefeito não veio a público explicar em que termos se dará esse acordo, qual será a contrapartida de São Bernardo. O que estamos vendo até agora é uma entrega das empresas e da mão de obra daqui, sem qualquer retorno para São José. Não há como negar que o Marinho é infinitamente mais forte politicamente que o prefeito Carlinhos Almeida dentro do PT e ele pode sim fazer essa vantagem prevalecer ”, destacou o vereador Silvério.

O seminário Nova Fronteira da Indústria de Defesa, em São Bernardo do Campo, realizado pela prefeitura do ABC no último dia 30, foi uma prova da força de Luiz Marinho ao setor. Além de reunir o estado maior das Forças Armadas e também o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, ele arrastou 550 empresas a participarem, praticamente todas as integrantes do polo de São José, entre outras do Brasil. O poder de mobilização de Luiz Marinho, um petista histórico, mostrou também o porquê é considerado fundamental na escolha da Saab pelo governo Dilma Rousseff.

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