Durante cerimônia em comemoração aos 65 anos de criação da Escola Superior de Guerra (ESG), nesta quarta-feira (20), no Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Celso Amorim, enalteceu o passado da instituição, mas lembrou que sua grande contribuição ao país se efetua no presente e também se dará no futuro.
“A vitalidade de uma instituição não se mede só pela sua tradição, mas também pela sua capacidade de se adaptar aos novos tempos, o que tem de fato ocorrido na ESG”, disse.
A habilidade da ESG em introduzir o tema Defesa na agenda da sociedade nacional foi exemplificada por Celso Amorim com cursos que dialogam com a interoperabilidade das Forças Armadas, e também com países vizinhos, como o CAD-Sul (Curso Avançado de Defesa Sul-Americano), já que, na visão dele, a cooperação com outros países é a melhor estratégia de dissuasão.
“O Brasil mudou muito nesses 65 anos e é importante que esses novos conteúdos sejam apreendidos. O CAD-Sul é o símbolo dessa nova era e dessa permeabilidade que é uma contribuição da ESG”, afirmou.
O ministro da Defesa lembrou ainda que o fato de os cursos oferecidos pela Escola abrangerem todas as áreas da administração pública viabiliza uma inserção do tema Defesa também entre a sociedade brasileira.
“Muito mais do que uma doutrina única, o que nós temos que permitir é que haja uma discussão ampla pela sociedade brasileira dos objetivos da Defesa Nacional. Fazer com que esse tema seja cada vez mais percebido, não como um projeto das Forças Armadas, ou do Ministério da Defesa ou mesmo do Governo Federal, mas como um objetivo de toda a sociedade, o que vem sendo feito na ESG”, concluiu Amorim.
Durante cerimônia realizada na Fortaleza de São João, o comandante da Escola, almirante Leal Ferreira, falou sobre como a ESG vêm buscando evoluir e criar ambientes apropriados para o debate de temas atuais.
Na ocasião, autoridades do Ministério da Defesa, Marinha, Exército e Aeronáutica, além de civis e militares que prestaram serviços relevantes à Escola foram agraciados com a Medalha do Mérito Marechal Cordeiro de Farias, que foi primeiro comandante da ESG.
Personagens da ESG
A pluralidade no debate e o método de ensino com foco no planejamento estratégico têm efeito direto no dia a dia dos que já tiveram oportunidade de participar de cursos da ESG.
O juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Flávio Cito (foto ao lado), concluirá em outubro o Curso Superior de Política Estratégia e explica que o que aprendeu na ESG será extremamente útil em sua profissão.
“Para nós, é um aprendizado importante porque o volume de processos que a gente lida exige mais do que nunca planejamento, estratégia, infra-estrutura. Aqui, a gente aprende a planejar as coisas com muita antecedência, a imaginar cenários que estão por vir, a traçar planejamento estratégico para quando as crises surgirem, você já ter um plano pra enfrentá-las. É o oposto do que a gente vive no Judiciário, onde a gente trabalha com o dia a dia, muitas vezes reagindo ao que acontece”, afirmou.
O presidente da Adesg (Associação dos Diplomados da ESG), almirante Veiga Cabral, também estudou na escola e hoje coordena o apoio que a Associação dá, oferecendo os mesmos cursos da ESG em moldes menores e com aulas à noite, para ampliar o número de participantes.
“É importante destacar que a ESG é a nossa escola mater, a nossa inspiração. Nós prestamos um serviço complementar ao que é feito pela ESG pelo Brasil inteiro, tanto nas capitais, como no interior, então, para nós, é como se fosse também um aniversario porque nós estamos visceralmente ligados”, disse.
O segundo vice-presidente da Adesg, desembargador Antonio Carlos Esteves Torres, cursou o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEP), em 2010. “Nesse curso, você direciona sua forma de raciocínio para aproveitar as oportunidades, para distinguir cenários e projetar soluções. Você passa a ter um comportamento de raciocínio administrativo capaz de proporcionar uma melhora da sua eficiência”, avalia.