O Brasil vai contar com o primeiro Centro de Assistência e Proteção Contra Emergências Químicas da América Latina e Caribe. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18), durante a solenidade de abertura do I Exercício Regional de Assistência e Proteção para os Países Membros da Convenção para Proibição de Armas Químicas (CPAQ), que acontece no Rio de Janeiro até o dia 22 de agosto.
De acordo com o comandante de Pessoal de Fuzileiros Navais, almirante Alexandre José Barreto de Mattos, o Centro será subordinado ao Ministério da Defesa e deverá abrigar exercícios, seminários, workshops e outros cursos práticos.
I Exercício CPAQ
Cerca de 70 representantes dos países membros da CPAQ participam do exercício ao longo desta semana. No início do evento, o subchefe de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, general Décio Luís Shons, ressaltou que o evento da CPAQ está alinhado com a Política e a Estratégia Nacional de Defesa, além de fazer parte dos objetivos da pasta e das Forças Armadas.
Ainda segundo o general, o sistema de defesa nuclear, biológica, química e radiológica faz parte do rol de atividades das três forças singulares.
“Este seminário também dá seguimento a duas outras reuniões que ocorreram este ano em Santiago do Chile e Buenos Aires, na Argentina. Este evento tem um caráter mais prático. Amanhã haverá uma visita as instalações da Marinha e no dia seguinte no Centro Tecnológico do Exército, na Restinga da Marambaia”, comentou.
Já Sérgio Antônio Frazão Araújo, secretário executivo da Autoridade Nacional do Brasil junto à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), e coordenador geral de Bens Sensíveis do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, disse que o evento consolida o protagonismo do Brasil em âmbito regional nessa área.
O secretário falou que o país tem interesse em parceria com os membros da CPAQ na cooperação técnica, na implementação de uma legislação específica e na introdução de mecanismos de controle e no aprimoramento de profissionais. “O Brasil sempre apoiou iniciativas internacionais e multilaterais para o desarmamento e não-proliferação de armas de destruição em massa”, disse.
Segundo Frazão, exercícios como o que acontece no Rio de Janeiro nesta semana são primordiais porque partem para a prática na identificação e prevenção de riscos e ameaças provocadas por agentes químicos de guerra.
O I Exercício da CPAQ inclui atividades de detecção e descontaminação, bem como a elaboração do planejamento e preparação para resposta a emergências químicas.
Rio 2016
O representante do Ministério das Relações Exteriores, conselheiro Joaquim Arnaldo de Paiva Oliveira, relatou que o Brasil serve de modelo para a eliminação de todas as armas de destruição em massa e a proibição da fabricação de novas armas químicas. Segundo ele, o evento é um foro importante para troca de experiências e subsídios para apoio a grandes eventos, como os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Participam do I Exercício da CPAQ, além do Brasil, representantes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Pero, São-Cristovão-e-Neves e Uruguai.
Na terça-feira (19) e quarta-feira (20), respectivamente, os participantes conhecerão as instalações do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTeeCFN), no Complexo Naval Caxias-Meriti, e do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), em Guaratiba.
OPAQ
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) é uma organização internacional criada em 1997. Sua convenção, a CPAQ, recebeu em 2013 o prêmio Nobel da Paz.
A finalidade da CPAQ é trabalhar, entre outras atribuições, em prol da destruição de armas químicas e não proliferação de armas de destruição em massa.